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terça-feira, 3 de dezembro de 2013

The Gorgon (1964)

"A Morte Passou Por Perto" de Terence Fisher com Peter Cushing, Christopher Lee, Richard Pasco, Barbara Shelley, Patrick Troughton, Joseph O'Conor, Prudence Hyman, Jack Watson & Michael Goodliffe.

No início do século XX, na pequena cidade rural de Vandorf na Alemanha, vários cidadãos aparecem petrificados no interior da floresta. As autoridades temendo que os crimes estejam relacionados com uma lenda local, preferem atribuir outros significados aos assassinatos, mas quando a filha de um comerciante local se torna a próxima vítima e o seu forasteiro amante é dado como culpado e linchado pela população, o pai deste, o eminente Prof. Jules Heitz (Michael Goodliffe) chega a Vandorf com vista a solucionar os crimes e limpar o nome do filho. Sendo hostilizado pela população e não recuando perante os avisos do patologista e seu ex-colega de Universidade, o Dr. Namaroff (Peter Cushing), Heitz embrenha-se pela floresta até ao decrepito castelo local, onde uma verdade inacreditável o aguarda... o espírito de Megera, a última das temíveis irmãs Górgonas da Mitologia Grega que transformavam em pedra todos os que as ousassem olhar de frente, vagueia por Vandorf, assombrando a população incauta em noites de lua cheia...




Clássico de culto da velha escola da Hammer Films, dirigido pelo regular do estúdio, Terence Fisher, que nos entregou os excelentes "Dracula" ('58) ou "The Hound of Baskervilles" ('59), 








Prof.Meister (Christopher Lee) & Dr.Namaroff (Peter Cushing)



ambos com o mais emblemático e genial duo deste género de cinema, Peter Cushing e Christopher Lee,












"The Gorgon" é uma fábula de horror gótico e de mistério, envolvida numa fantástica atmosfera de sinistralidade e de temor circundante que Fisher dominava na perfeição, 









aliada à soberba cinematografia em Technicolor de Michael Reed e à direcção artística de topo na criação dos maravilhosamente decadentes cenários, especialmente da panorâmica no exterior e dos interiores do fantasmagórico castelo em ruínas. 





Retrato de Megera (Prudence Hyman)



O guião de John Gilling, baseado na história original de J.Llewellyn Devin, incide no Mito das Irmãs Górgonas (Medusa, a mais famosa), sendo uma das raras ocasiões em que a Hammer filmou sobre a Mitologia Grega, embora tenha deixado o rigor histórico de lado ao denominar Megera uma delas, quando de facto esta foi uma das Três Irmãs Erínias, as personificações da Vingança (que no caso de Megera personificava o ciúme, a inveja, o rancor e a cobiça) que puniam os pecadores mortais. 











O enredo debruça-se nas várias pequenas histórias em torno da principal para efeitos de tempo sobre uma longa-metragem, mas acaba por não ser muito bem estruturado, 








Enfermeira Carla Hoffman (Barbara Shelley)



tornando-se ainda previsível relativamente ao cerne do mistério e a demorar demasiado a atingir o objectivo. 












A nível de efeitos especiais e de caracterização, o filme ou é competente na parte dos cadáveres petrificados 












ou torna-se repentinamente barato em tudo que envolve a mítica Megera, ficando bastante aquém da ameaça ser bem conseguida no intuito de assustar ou empolgar um espectador. 









A cabeleira de serpentes rudimentar usada pela actriz personificando a malévola Irmã Górgona não foi um efeito muito eficaz, mesmo levando em conta o ano em que esta obra foi feita, o que levou o produtor a arrepender-se, ao ver o produto final, de não ter optado por investir numa caracterização mais realista que elevaria esta obra a um estatuto mais terrífico. 





Paul Heitz (Richard Pasco)



Outra opção menos feliz, foi o ter recorrido a duas actrizes diferentes para interpretarem a mortal e a mesma possuída pelo espírito de Megera, levando a algumas falhas de continuidade, especialmente na cena-chave durante o clímax.







A nível de performances, "The Gorgon" oferece-nos grande parte dos actores da casa, presentes em diversas produções da Hammer Films antes e depois deste filme, com especial destaque para Peter Cushing 








e Christopher Lee (maquilhado para parecer duas décadas mais velho) que curiosamente actuam aqui contra o seu tipo, com o primeiro a interpretar o mau da fita e Lee, o eterno Dracula, a representar uma espécie de um Van Helsing, imortalizado por Cushing. 









Apesar de ser o primeiro nome a surgir nos créditos iniciais, Christopher Lee dispõe apenas de 20 minutos de tempo em cena, aparecendo somente em grande escala no início do III Acto. 







Prof.Jules Heitz (Michael Goodliffe)



Barbara Shelley entrega-nos uma boa (e trágica) performance como a enfermeira Carla Hoffman e o eterno secundário Michael Goodliffe, rouba para si todo o I Acto como o intrépido e carismático Prof. Heitz.











Destaque para a trilha sonora do habitual colaborador James Bernard ("The Curse of Frankenstein" ('57) ou do já citado "Dracula") como sempre oferecendo a sintonia perfeita para com os eventos do ecrã, envolvendo (e assombrando) o espectador a cada nota.






Em suma, a Hammer Films nunca nos desiludiu ao entregar um clássico instantâneo de horror atmosférico e visualmente deslumbrante, mesmo que em alguns casos seja notório que poderia ter feito melhor sobre o tema em questão e os meios envolvidos, com "The Gorgon" a ser o perfeito exemplo disso...

Género: Horror / Fantasia / Mistério.

Fotografia: Côr.

País: Inglaterra.

Duração: 83 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=UeQTmGt-7wE

Classificação: 8/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.






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