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domingo, 24 de março de 2013

Papillon (1973)

"Papillon" de Franklin J. Schaffner com Steve McQueen, Dustin Hoffman, Don Gordon, Gregory Sierra, Anthony Zerbe, Val Avery & Victor Jory.

Henri "Papillon" Charrière (Steve McQueen) é sentenciado para a vida na Guiana Francesa e na viagem de caminho para a prisão conhece o falsário Louis Dégas (Dustin Hoffman) de quem se torna amigo e protector. 
As condições na Colónia Penal são terríveis pelo que Charrière pensa constantemente em escapar, sendo a primeira tentativa gorada o que lhe custa 2 anos em isolamento total, mas não demove a sua idílica demanda pela liberdade...













Dustin Hoffman como Louis Dégas

Baseado na história verídica de Henri Charrière contada no seu próprio livro é uma viagem infernal ao mundo das prisões, apontando o dedo às péssimas condições da Guiana Francesa (mais tarde desmantelada), nomeadamente a escassez de comida, falta de higiene e da crueldade dos guardas.






Steve McQueen como Henri Charrière

Servido de fantásticas performances dos seus dois actores principais - a par com "The Sand Pebbles ('66) a melhor interpretação de sempre do lendário Steve McQueen, aqui como o inconformista Charrière, 





A Guiana Francesa


numa batalha "homem contra o sistema" muito bem retratada evocando ecos da performance do seu principal competidor, Paul Newman em "Cool Hand Luke" ('67) e Dustin Hoffman, notável num desempenho completamente inverso como o conformista Degas. 








Ambos foram claramente roubados de nomeações para os Oscars, tendo McQueen sido apenas nomeado na Categoria de Melhor Actor Dramático para um Golden Globe em '74.










A primeira fuga

Visualmente arenoso e com uma pálida cinematografia que evoca o realismo da direcção artística, transformando a prisão num autêntico inferno visual e uma direcção crua e segura do veterano Franklin J.Schaffner, 






Na solitária

"Papillon" como filme sobre prisões é dos melhores já feitos (bastante superior ao sobrestimado "The Shawshank Redemption" de '94) e como mensagem de esperança de um homem que suporta todo o tipo de torturas físicas e psicológicas






pela sobrevivência em cativeiro

sem perder a vontade de um dia ser livre entra-nos em cheio no coração e independentemente da sua culpabilidade ou não (Charrière sempre se declarou inocente do crime pelo qual foi condenado a perpétua) ficamos a torcer por ele.






O adeus a Dégas e o salto para a liberdade

Recomendado para quem aprecie uma boa história verídica, mas que gostem de filmes passados em prisões porque para quem não for muito adepto dificilmente conseguirá passar pela experiência de "Papillon", não sendo um filme fácil de se seguir e nem foi feito para sê-lo.






















Género: Biografia / Crime / Drama.  

Fotografia: Côr.

País: E.U.A. / França.

Duração: 151 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=2szs0h-LzNM

Classificação: 9.5/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.


2 comentários:

  1. Parabéns Nuno por mais uma excelente "review". Adoro mesmo muito este filme e também acho que a interpretação magistral do grande Steve McQueen é sublime, talvez apenas equiparável à do mesmo actor no "The Great Escape" de John Sturges. A cena inicial sem música apenas com as botas a marchar é emblemática e contribui para o realismo do filme. Quanto a mim foi um começo genial para um filme que se revela soberbo. A interacção McQueen / Hoffman também é muito interessante sendo que são dois actores brilhantes mas tão diferentes entre si. Quanto a ti, que achas que está a faltar para o filme merecer nota 10?

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    Respostas
    1. É uma pergunta bastante legítima e respondo já porquê. O "Papillon" está na minha lista pessoal de TOP 100 Favoritos de Sempre, dos quais dou geralmente o 10 ou 9.5 em alguns casos, aqui devido a que quando um filme toma a responsabilidade de adaptar uma história verídica ao grande ecrã, neste caso baseado no livro do próprio Henri Charriére, deve ser fidedigno ao máximo, mas como é usual em Hollywood acabam por dar diversas liberdades criativas para o factor entretenimento, ou seja, a história narrada no filme só parte dela corresponde ao que verdadeiramente aconteceu, e como um filme deve ser classificado como um todo, o factor guião tem extrema importância e daí lhe ter retirado essa meia percentagem (à semelhança do que igualmente fiz com o "The Midnight Express" do Alan Parker, pelo mesmo exacto motivo). Quanto à review em si, esta foi das primeiras que fiz para o blog, numa altura em que não pensaria me expandir tanto em cada filme, logo não está talvez tão sucinta como as futuras colocadas aqui, brevemente irei voltar aos primeiros filmes aqui do blog para lhes dar uma revisão e acrescentos devidos, até já! :)

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