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domingo, 13 de outubro de 2013

Stephen King's Silver Bullet (1985)

"O Segredo da Bala de Prata" de Daniel Attias (e Don Coscarelli) com Corey Haim, Megan Follows, Everett McGill, Robin Groves, Leon Russom, Terry O'Quinn, Bill Smitrovich, Joe Wright, James Gammon, Lawrence Tierney, Kent Broadhurst, Paul Butler, Tovah Feldshuh & Gary Busey.

A pacata cidade de Tarker's Mills torna-se alvo de pânico geral quando são sumariamente descobertos cadáveres desmembrados e decepados de alguns habitantes cujo xerife Joe Haller (Terry O'Quinn) acredita ser obra de um maníaco à solta, influenciado pela lua cheia de Verão. A teoria não convence o pequeno Marty Coslaw (Corey Haim), confinado a uma cadeira-de-rodas, que acredita que algo de monstruoso está por trás de tudo, mas nem a irmã mais velha Jane (Megan Follows), nem o seu comparsa o tio Red (Gary Busey), um alcoólico divorciado em recuperação, acreditam no mito do lobisomem. Uma noite ao escapulir de casa para experimentar uns foguetes dados pelo tio, Marty depara-se com a criatura grotesca no bosque que circunda a cidade, conseguindo fugir depois de lhe acertar num olho, tornando-se o próximo alvo a abater pela fera...



Corey Haim como Marty Coslaw

Produzido pelo especialista do género Dino De Laurentiis e escrito por Stephen King, baseado no seu próprio conto "Cycle of the Werewolf", "Silver Bullet" é um thriller de mistério e horror sobre o mito do lobisomem,





Everett McGill como o Reverendo Lowe

protagonizado pelo então criança-actor em ascensão, o malogrado Corey Haim, ao lado de actores-de-culto como o nomeado para um Oscar, Gary Busey, Everett McGill e Terry O´Quinn. 







Megan Follows como Jane Coslaw

Para dirigir o filme foi convocado o veterano director Don Coscarelli (responsável pela saga "Phantasm" iniciada em '79) que acabou por desistir do cargo depois de desacordos com De Laurentiis sobre o visual e cenas específicas envolvendo o lobisomem sendo substituído pelo estreante Daniel Attias, permanecendo um mistério quanto do produto final foi dirigido por um ou pelo outro. 





Contudo, para um debutante numa longa-metragem, Attias dirige uma obra emocionante com uma dinâmica de encenação bastante competente e cuja fotografia em Technicolor o aproxima dos clássicos de horror do passado, criando um visual apelativo e um ambiente "small town vibe" com a exactidão característica das novelas de King. 






O guião em si é a prova viva porque uma noveleta nunca deve ser transformada numa longa-metragem, pois o mesmo não tem muito mais por onde explorar e desenvolver, acrescentando pequenas histórias que em nada avançam a trama 






ou sequências sem ponta para o enredo somente para preencher tempo e encaixar a adaptação no formato de cinema, que levou a que King alterasse a história em diversos aspectos. 






A reviravolta no início do III Acto é demasiado previsível e o filme termina abruptamente, faltando um certo rigor no clímax depois do suspense criado ao longo do filme em redor do lobisomem. 






Gary Busey como o tio Red



O design da criatura, a cargo da equipa de Carlo Rambaldi (o criador de "E.T."), é intencionalmente tosco a pedido do próprio King que exigiu um lobisomem simples e difícil de ver (daí serem escassas as cenas em que aparece no ecrã, 







sendo na maioria filmado nas sombras ou com a câmara em role-play) para dar uma certa ambiguidade à fera, distanciando-se assim dos habituais monstros grotescos e gigantescos presentes no cinema de horror sobre lobisomens. 










Os efeitos especiais e o trabalho de caracterização nas sequências de transformação são muito boas para altura, usufruindo do caminho aberto deixado pelos clássicos de culto anteriores: "The Howling" ('81); "An American Werewolf in London" ('81) e "The Company of Wolves" ('84) que inovaram por completo o sub-género.





No capítulo das interpretações, o canadiano Corey Haim provou porque foi uma das mais carismáticas e prodigiosas crianças-actores de sempre, numa boa performance na pele do inválido Marty que fez com que fosse escolhido para o papel principal no excelente "Lucas" ('86) 




e Gary Busey completamente talhado para um personagem alcoólico, mulherengo e algo alucinado, improvisou grande parte das falas do tio Red injectando no filme um clima mais descontraído. 






Terry O'Quinn como o xerife Joe Haller

Everett McGill condenado à personagem-tipo que o acompanhou durante toda a carreira é um intimidante Reverendo Lowe e Terry O'Quinn uns anos antes do "The Stepfather" ('87) é o pacato xerife local a braços com a vaga de assassinatos que não sabe que medidas tomar.








Em suma, "Silver Bullet" mesmo não sendo um grande filme de terror, funciona como uma cápsula do tempo ao "cheesy" dos anos 80, embora num tom mais sério do que o habitual para uma obra do género envolvendo crianças. 





O factor homenagem aos velhos clássicos está presente, assim como toda a nostalgia referente ao cinema de culto da Hammer misturado com a dose certa do "teen drama" característico dos 80's. Recomendado!!



Género: Thriller / Drama / Horror / Mistério. 

Fotografia: Côr.

País: E.U.A.

Duração: 95 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=8hSkvsPs13I

Classificação: 7.5/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.



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