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sábado, 13 de julho de 2013

Swamp Thing (1982)

"Perigo no Pântano" de Wes Craven com Adrienne Barbeau, Dick Durock, Ray Wise, David Hess, Nicholas Worth, Don Knight, Ben Bates, Nannette Brown, Reggie Batts, Mimi Meyer & Louis Jourdan.

O cientista Alec Holland (Ray Wise) no seu laboratório isolado do Mundo situado num pântano sombrio, descobre a fórmula para uma nova espécie que cruzando o DNA de plantas com animais, é capaz de se adaptar e de prosperar nas mais adversas condições. A bela especialista Alice Cable (Adrienne Barbeau) é enviada pelo Pentágono para auxiliar Holland nas suas experiências e regressar com o relatório das mesmas, mas na primeira noite o complexo é atacado pelos capangas do temível Dr.Anton Arcane (Louis Jourdan) que massacram todas as testemunhas e fazem com que acidentalmente, o Dr.Holland seja vítima do seu próprio composto. Fugindo ao massacre com o último capítulo do diário das experiências, Alice embrenha-se pelo pântano, sendo perseguida pelo grupo de comandos a soldo de Arcane liderados pelo execrável Ferret (David Hess) que pretendem recuperá-lo para recriarem a tão desejada fórmula. Perdida, desamparada e sem poder confiar em ninguém, Alice julga-se uma presa fácil para ser capturada, até que dos confins do pântano surge um estranho ser monstruoso (Dick Durock) disposto a ajudá-la. Juntos embarcarão numa missão de vingança contra o diabólico Arcane...





Adaptado do personagem da banda-desenhada da DC Comics, a mesma de Super-Homem e Batman, "Swamp Thing" foi o filme de transição na carreira do cineasta de culto Wes Craven do cinema de terror-choque vindo da "exploitation" dos anos 70 









Dick Durock como Swamp Thing

para um género de horror mais ligeiro e "cheesy" adequado para a década de 80, definindo o tom para os seus futuros trabalhos como o sucesso de "A Nightmare on Elm Street" ('84) ou "Deadly Friend" ('86). 







Alec (Ray Wise) & Alice (Adrienne Barbeau)

Artisticamente, esta é uma obra que reside na qualidade da sua cinematografia e no de ter sido filmado nos próprios locais retratados no filme, como os húmidos e quentes pântanos da Carolina do Sul, quase dando para sentir o suor dos protagonistas e a noção de espaço aberto no decorrer da acção em contraste com as habituais réplicas em Estúdio de um filme com orçamento reduzido. 





Como adaptação do personagem, Craven tenta ao máximo não se desviar muito do material de origem, mas mesmo sendo considerado um dos realizadores-chave do cinema de culto de horror, nunca foi um grande guionista e isso reflecte-se na criatividade e construção da história, com metade do filme repleto de cenas para "encher". 





A nível de direcção e como era o seu toque pessoal na altura, Craven mostra-nos uma conexão próxima e cuidada entre ambiente em redor com a actuação dos seus personagens, destacando o pântano em si como figura fulcral da história.








As sequências de acção levadas ao exagero extremo assemelham-se a um série-B da Cannon Group, mas entretêm moderadamente o espectador menos exigente durante os momentos em que a trama se repete a si mesma e não pretende ir a lado nenhum, excepto cumprir com a hora e meia de filme. 





A caracterização do duplo tornado actor, Dick Durock que o transformou no "Swamp Thing" é bem conseguida e fiel ao personagem das revistas aos quadradinhos. A subestimada "Deusa do série-B": Adrienne Barbeau, presença habitual nos filmes do seu marido na altura, o Mestre John Carpenter como "The Fog" ('80) ou "Escape from New York" ('81), comanda uma forte presença no ecrã e é sempre agradável segui-la num papel como protagonista. 




Arcane (Louis Jourdan)


O lendário Louis Jourdan está muito bem como o suave vilão Dr.Anton Arcane, com a sua elegância e charme habituais que fazem dele um irresistível vilão. 















David Hess como Ferret

O infame David Hess, vindo do filme-choque "The Last House on the Left" ('72), a estreia de Craven como director ou do "trash" italiano "The House on the Edge of the Park" ('80) dirigido por Ruggero Deodato, interpreta o pulha Ferret numa performance capaz de a desempenhar durante o sono e Ray Wise dá a cara como Alec Holland antes da transformação na grotesca criatura.





Apesar de uma adaptação de banda-desenhada, o clima do filme, que é em parte sério e arrastado, noutra parte mais extrovertido e ligeiro; algumas cenas de violência mais crua e sobretudo a nudez gratuita de algumas actrizes, especialmente da protagonista Adrienne Barbeau que nunca foi filmada melhor, fazem de "Swamp Thing" uma obra destinada a um público mais maduro.













Estreado com críticas medianas para positivas, tornou-se um moderado êxito de bilheteiras dando origem a uma sequela em '89 (embora de ritmo e clima diferentes, apelando mais a um estilo "comic book movie" humorístico para levar as crianças às salas, e foi adaptado integralmente para a banda desenhada.







Em suma, "Swamp Thing" é um filme adequado para todos os fãs dos anos 80 apreciadores do "cheesy" da época, com especial destaque para a batalha final entre Swamp Thing e o Arcane transformado; 







os penteados e as roupas; os diálogos exagerados e as cenas de acção extravagantes recorrendo ao intenso uso de duplos, mas falta-lhe um argumento mais forte e coerente, uma realização mais precisa e competente em certas partes e uma montagem que lhe injectasse mais adrenalina, 








porque algures a meio do II Acto, a acção torna-se demasiado repetitiva com o enredo a andar às voltas sem chegar a um porto e a sensação de tédio a começar a apoderar-se do espectador...

Género: Fantasia / Ficção Científica / Acção. 

Fotografia: Côr.

País: E.U.A.

Duração: 91 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=kzbqK4nw3R8

Classificação: 6.5/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.


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