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domingo, 28 de abril de 2013

Psycho IV - The Beginning (1990)

"Psico IV - O Início" de Mick Garris com Anthony Perkins, Henry Thomas, Olivia Hussey, CCH Pounder, Warren Frost, Donna Mitchell, Tom Schuster, Alice Hirson, Sharen Camille & John Landis.

Cerca de 4 anos depois dos eventos do terceiro filme, Norman Bates (Anthony Perkins) é novamente liberto do Hospital Psiquiátrico, aparentemente reabilitado pela segunda vez estando recém-casado e aos cuidados da sua esposa, Connie (Donna Mitchell), uma enfermeira interna que conheceu no Hospício. Uma locutora de rádio, Fran Ambrose (CCH Pounder) que dirige um "talk show" sobre matricídio com um médico especialista, Dr.Richmond (Warren Frost) recebe durante o programa uma chamada de Norman que usando o pseudónimo de "Ed" revela que apesar de curado sente o impulso de voltar a matar. Fran debruça-se então em saber mais sobre a história do seu ouvinte e somos levados em "flashback" à adolescência de Norman Bates e o que o levou a assassinar a própria mãe...




Depois da fraca aderência do público e crítica de "Psycho III" realizado pelo próprio Perkins, o Estúdio viu o filão em volta do "pai dos assassinos em série" Norman Bates chegar ao fim não apostando em mais nenhuma longa-metragem para cinema.








Anthony Perkins regressa como Norman Bates

Contudo, Perkins sabia que ainda faltava o derradeiro filme da franchise que se debruçasse sobre o passado de Norman antes dos eventos do clássico de Hitchcock e que corrigisse certas pontas-soltas dos filmes anteriores. 







Norman Bates - 5 anos

O argumentista do "Psycho" original Joe Stefano, que adaptou a novela de Robert Bloch, foi convocado para que com o seu cunho de especialista no assunto, escrevesse o último capítulo da saga mostrando-nos o porquê de Norman se ter tornado no que se tornou, algo que o espectador sabe apenas por sugestão de algumas pistas e atitudes do personagem mostradas nos três filmes anteriores. 





Norman Bates (Henry Thomas) - 15 anos

Com um orçamento muito mais reduzido e filmado directamente para formato televisivo, "Psycho IV - The Beginning" arrancou sendo o resultado final um misto de razoavelmente conseguido na parte de história, mas um pouco aquém na parte técnica e artística. 







Ao passo que os anteriores filmes de Alfred Hitchcock, Richard Franklin e Anthony Perkins tinham cada um uma visão muito própria e peculiar do estilo do seu realizador e um ambiente arrepiante e de paranóia aliado a uma cinematografia de grande qualidade, este quarto filme perde pela direcção algo tarefeira e pouco inspirada do realizador.






E isso não implica que o argumentista tornado director Mick Garris ("Sleepwalkers" de '92) seja um mau realizador, mas sim um especialista em séries de TV ou telefilmes habituado dessa maneira a trabalhar nesse formato e "Psycho IV" se comparado com os antecessores falta-lhe orçamento (os cenários do filme têm um visual demasiado barato) e uma cinematografia competente. 





Primeira vítima de Bates

O Motel e a velha casa Vitoriana dos Bates parecem aqui somente um cenário montado à pressa para o quarto filme e a reconstituição de época aquando em "flashback" regressamos à adolescência de Norman Bates, deixa muito a desejar com os actores vestindo roupas e penteados demasiado actuais (circa '90) e pouco nos fazem acreditar que estamos nos anos 50. 







Chet (Tom Schuster)

Outro grande problema de "Psycho IV" reside na montagem dos "flashbacks" demasiado fora de ordem tornando a obra confusa e sem uma estrutura de narrativa coerente. Muitas das cenas deviam ter sido revistas e editadas de modo diferente.









Incesto



Chegando à parte da história, Stefano constrói alguns pontos interessantes sobre a adolescência de Norman dando especial incidência aos abusos da parte da mãe, mas a escolha da sexy Olivia Hussey para o papel não foi muito feliz. 









Norma Bates (Olivia Hussey)
A actriz simplesmente não é a Norma Bates que o espectador vem imaginando desde que foi referenciada em "Psycho" de Hitchcock. A direcção de Garris também não ajudou muito, acentuado as curvas da deliciosa Olivia Hussey que supostamente era uma rígida e púdica dona de casa à antiga tal como Hitchcock nos sugeriu, tornando-se aqui numa ninfomaníaca devassa com a actriz a exagerar desse artifício em algumas cenas. 





Em contrapartida, Henry Thomas (o pequeno Elliot de "E.T." de '82) está muito bem como o adolescente Bates e Anthony Perkins mais uma vez domina na pele do personagem com o qual conviveu durante 30 anos. 






Fran Ambrose (CCH Pounder)



Até ao final do II Acto o filme arrasta-se demasiado com Perkins somente ao telefone com a locutora de rádio e por muito que os "flashbacks" nos tragam alguma emoção e surpresas 









(o primeiro homicídio de Bates; a sua má relação com o namorado violento da mãe; a causa que levou Norman a assassiná-la, num misto da repugna pelo que ela lhe fez sujeitar e o ciúme incestuoso) tudo o resto soa a um programa sensacionalista melodramático digno de um show de Oprah Winfrey.







Os últimos 15 minutos valem pelo resto do filme, quando Norman regressa à velha mansão e enfrentando pela última vez os seus medos, fobias e especialmente, a sua outra personalidade da mãe dominadora, consegue finalmente ver-se livre da sua cruz. 








A actuação de Anthony Perkins mantém-se genial, fazendo-nos sentir pena e simpatizar com o personagem e apesar de já debilitado (o actor viria a falecer cerca de 2 anos depois vítima de SIDA), fechou o ciclo da história da vida de Norman Bates de modo digno como se um presente aos fãs antes de deixar este mundo.









Género: Thriller / Mistério / Horror.

Fotografia: Côr.

País: E.U.A.

Duração: 96 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=DbotJWP9zZc

Classificação: 6.5/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.

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