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quinta-feira, 11 de abril de 2013

The Last of the Mohicans (1992)

"O Último dos Moicanos" de Michael Mann com Daniel Day-Lewis, Madeleine Stowe, Jodhi May, Russell Means, Eric Schweig, Steven Waddington, Maurice Roeves, Patrice Chéreau, Edward Blatchford, Pete Postlethwaite, Terry Kinney, Colm Meaney, Dylan Baker, Jared Harris & Wes Studi.

1757. As tropas francesas e inglesas combatem pela posse de territórios na América do Norte. Colonos locais dividem-se escolhendo um lado, assim como as tribos de índios nativos com os Hurons em pé de guerra a combaterem pelos franceses e os mais pacíficos Mohawks pelos ingleses. O Major Duncan Heyward (Steven Waddington) é encarregado de escoltar as filhas do General Munro (Maurice Roeves), a corajosa Cora (Madeleine Stowe) e a frágil Alice (Jodhi May) ao Forte William Henry para se reunirem com o pai, mas são traídos pelo guia índio Magua (Wes Studi) que se pretende vingar de Munro que massacrou a sua família. 





Hawkeye (Day-Lewis) & Uncas (Eric Schweig)


São salvos por três caçadores de peles, o ancião Chingachgook (Russell Means), chefe da extinta tribo dos Moicanos e os seus dois filhos, Uncas (Eric Schweig) e o filho branco adoptado, Nathaniel Poe conhecido como "Hawkeye" (Daniel Day-Lewis) que os conduzem ao Forte prestes a cair pelos canhões dos franceses. Contra a vontade do General Munro e do seu pretendente o Major Duncan, Cora e Hawkeye apaixonam-se e quando o Forte assina rendição aos franceses, Magua e a sua tribo de Hurons continuam a sua selvática guerra pessoal raptando as duas irmãs. Resta aos três caçadores reavê-las em segurança combatendo os índios renegados e o seu líder sedento de vingança...





Michael Mann, o responsável por séries de TV de sucesso nos anos 80 como "Miami Vice" ('84 a '90) e realizador dos êxitos "Heat" ('95) ou "Collateral" (04) dirige aqui este portentoso drama de acção e aventura adaptado do clássico literário homónimo de James Fenimore Cooper.







Visualmente impressionante, com a esplêndida cinematografia de Dante Spinotti (roubada de uma nomeação para o Oscar) a captar toda a magnitude e o lado misterioso das Smoky Mountains na Carolina do Norte embalada pela brilhante e melancólica trilha sonora de Randy Edelman e Trevor Jones enquadrando-se de modo perfeito na acção. 





Mann é particularmente reconhecido pela sua forma audaz na encenação das sequências de acção (como o roubo ao banco do já citado "Heat"), mas aqui excede-se a ele próprio, aliando a qualidade das mesmas a um lado teatral e quase poético na forma como surgem no ecrã. Cada sequência é brilhantemente filmada e encenada levando o espectador ao rubro, ficando inclusive sem fôlego como se estivesse lá.











Hawkeye (Daniel Day-Lewis) & Cora (Madeleine Stowe) 

Daniel Day-Lewis, um dos mais conhecidos actores do "Método" que passou meses a viver na floresta para viver este seu papel com o realismo necessário, mais uma vez não desilude com a sua típica intensidade dividida aqui entre o seu lado selvagem, a lealdade ao pai e irmão adoptivos e o amor que o une a Cora Munro, solidamente interpretada pela bela Madeleine Stowe no seu auge. 





Magua (Wes Studi)



Do elenco secundário, destaca-se Wes Studi como o vicioso Magua, numa performance memorável entrando para a história como um dos mais malvados vilões de sempre.






Major Duncan (Steven Waddington) & Hawkeye



Contudo, um dos maiores problemas de Michael Mann sempre foi a direcção de actores e essa ineficácia é bem patente ao longo do filme.









Se os seus actores forem bons e compensem essa falta de orientação do realizador tendo a capacidade de se dirigirem a si mesmos, as cenas resultam na perfeição, mas os menos capazes disso é notório em certas cenas andarem um pouco à deriva com o personagem e o material dado. 





O guião tentou ao máximo assimilar o espírito e as partes mais importantes da obra de Fenimore Cooper, resultando num produto final com mais de 3 horas de duração que o Estúdio exigiu o corte de mais de 1 hora de filme para torná-lo menos romance épico e mais filme de acção com um ritmo rápido. 





O que ganhou em ritmo, perdeu na estrutura da narrativa e continuidade e mais importante ainda, na substância e profundidade dos seus personagens e nas relações entre si (a paixão entre Cora e Hawkeye acontece assim demasiado rápido para o espectador assimilar e aceitar esse sentimento ou a relação amorosa entre a irmã mais nova de Cora, Alice e Uncas é sugerida por olhares, mas não é desenvolvida no filme, o que leva o acto de Alice perto do final do filme a não fazer muito sentido). 







O que teria sido "The Last of the Mohicans" na versão original do realizador só algum dia se saberá, quando sair uma edição especial do filme em DVD com todas as cenas, originalmente filmadas, repostas na íntegra.










Mesmo na versão do Estúdio que acabou por sair para cinema, "The Last of the Mohicans" é um filme inesquecível, uma viagem vertiginosa recheada de acção com violência realista, servida de uma fantástica reconstituição da época e uso da câmara panorâmica, acentuando o lado selvagem da natureza a que espectador nenhum ficará indiferente. 






A última meia hora de filme faz subir a adrenalina ao máximo com um conjunto de sequências emocionantes, magnificamente editadas, terminando num clímax memorável.




Chingachgook (Russell Means) & Hawkeye


Um dos melhores filmes de '92 que injustamente passou ao lado da maioria dos prémios, mas mantém-se intocável como um dos melhores romances de aventura dos anos 90. Recomendado!!



Género: Acção / Aventura / Drama / Romance. 

Fotografia: Côr.

País: E.U.A.

Duração: 112 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=aMZtQhhS14w

Classificação: 8.5/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.



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