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terça-feira, 14 de maio de 2013

Dreamscape (1984)

"O Psicopata Assassino" de Joseph Ruben com Dennis Quaid, Kate Capshaw, Max von Sydow, Eddie Albert, David Patrick Kelly, George Wendt, Peter Jason, Chris Mulkey, Larry Cedar & Christopher Plummer.

O jovem psíquico Alex Gardner (Dennis Quaid) é recrutado pelo doutor Novotny (Max von Sydow) que o estudou em miúdo e a sua simpática assistente Jane DeVries (Kate Capshaw) para um novo projecto ultra-secreto financiado pelo governo que consiste em entrar dentro dos sonhos das outras pessoas e interagir com elas. Quando um dos pacientes em teste ligado a outro psíquico Tommy Ray (David Patrick Kelly) morre durante o sono e o sinistro chefe do projecto Bob Blair (Christopher Plummer) entra em cena, Gardner começa a desconfiar que algo está errado e com a visita próxima do Presidente dos E.U.A. que sofre de insónias recorrentes ao complexo, sabe que terá de agir antes que seja tarde demais, mas em quem poderá confiar?




Estreado uns meses antes do "A Nightmare on Elm Street" de Wes Craven, "Dreamscape" possui uma história algo similar, embora ao contrário do citado que se centra unicamente no horror slasher, este se deixe levar por uma miscelânea de géneros. 






Alex (Dennis Quaid) & Dr.Novotny (Max von Sydow)

Começando com uma boa "premise", abraçando a intriga e o thriller político, o filme sai dos trilhos quando tenta incorporar também a fantasia, horror, aventura, comédia e até artes marciais, sem que tudo seja dirigido de modo coeso.











A narrativa é lenta e demasiado arrastada, funcionando a meio gás até ao final do II Acto e quando finalmente arranca, torna-se tardio, para conseguir captar um interesse no espectador.









Contudo as sequências dos sonhos, para a altura, estão bem encenadas e com criatividade, assim como a cinematografia.










Os efeitos especiais, especialmente do temível Snakeman, poderão ser considerados demasiado "cheesy" para os parâmetros actuais, mas fazem parte do charme da época. 








Jane (Kate Capshaw) & Alex

Na parte das performances, Dennis Quaid ("Enemy Mine" de '85 ou "Innerspace" de '87) então com 30 anos, interpreta o seu Alex Gardner demasiado juvenil, provavelmente porque o guião pedia um actor muito mais jovem para o papel; Kate Capshaw vinda do sucesso como a Indy-girl de "Indiana Jones and the Temple of Doom" do mesmo ano, é pouco memorável como a assistente e interesse amoroso de Alex; 





O sinistro Bob Blair (Christopher Plummer)



os veteranos Max von Sydow (o Imperador Ming de "Flash Gordon" de '80) e Christopher Plummer ("The Sound of Music" de '65) providenciam os usuais desempenhos clássicos, elevando assim a qualidade da obra








Tommy Ray (David Patrick Kelly)


e o actor de personagens-tipo David Patrick Kelly, o eterno mau-da-fita em filmes como "The Warriors" ('79), "48 Hrs" ('82) ou "Commando" ('85), destaca-se entregando-nos uma grande prestação secundária quase roubando o filme ao protagonista Dennis Quaid. George Wendt (o conhecido Norm da série de TV, "Cheers") é completamente desperdiçado num pequeníssimo papel que serve apenas para um artifício do enredo. 






A título de curiosidade e apesar do habitual excelente poster do artista Drew Struzan, que desenhou entre outros os cartazes de Indiana Jones ('81 a '89), "Back to the Future" ('85) ou "Big Trouble in Little China" ('86) é completamente enganador em relação ao real conteúdo de "Dreamscape". 




O Presidente (Eddie Albert) no Mundo dos Sonhos



Com a presença de Kate Capshaw e com o sucesso dos dois primeiros Indiana Jones, foi idealizado para capitalizar sobre esse êxito, levando o público a pensar ser uma aventura na senda de Indy ou de uns "The Goonies" ('85), 







quando na verdade o filme aproxima-se mais de um "WarGames" ('83) versão paranormal ou de um "Firestarter" ('84) tendo contudo inspirado sucessos futuros como "Flatliners" ('90), "The Cell" ('00) ou "Inception" ('10).







Em suma, "Dreamscape" tenta demasiado ser muita coisa para atrair diversas audiências, mas o produto final fica muito aquém da genialidade de um "Big Trouble in Little China" que magistralmente conseguiu abraçar vários géneros e sair-se vencedor. 







O nível de violência mostrado aliado ao terror psicológico surrealista e pesado nas sequências dos sonhos e algumas cenas de nudez explícita, que entretanto foram estranhamente editadas fora da posterior edição em DVD, provavelmente por causa da influência de Steven Spielberg, não querendo que a sua agora esposa apareça em nu parcial,





levou-o a ser um dos pioneiros da nova classificação de entradas nos cinemas denominada PG-13, afastando assim os mais novos, mas ao mesmo tempo a história inverosímil de livros aos quadradinhos, o "cheese" imposto de algumas cenas e a prestação juvenil de Quaid não apontam para um público-alvo mais adulto, resultando assim no limbo em que "Dreamscape" ficou deste a altura de estreia até aos dias de hoje. 





Os desempenhos dos protagonistas são pouco inspirados na maior parte com Quaid e Capshaw a simplesmente não terem química em cena e o seu envolvimento soar a algo demasiado forçado.







Recomendado para fãs dos anos 80 no geral ou a fanáticos por ficção científica que queiram ver tudo o que existe e muito especialmente aos fãs de "Inception" e de Christopher Nolan que continuam a achar que o filme e o seu realizador são dos mais criativos e originais que existem nos dias de hoje...



Género: Thriller / Ficção Científica / Fantasia.

Fotografia: Côr.

País: E.U.A.

Duração: 99 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=nRYp3LPL0bc

Classificação: 6.5/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.










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