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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Rock 'n' Roll Nightmare a.k.a. The Edge of Hell (1987)

"Entrada para o Inferno" de John Fasano com Jon Mikl Thor, Jillian Peri, Frank Dietz, David Lane, Teresa Simpson, Adam Fried, Denise Dicandia, Jesse D'Angelo, Jim Cirile, Gene Kroth & Rusty Hamilton.

Numa velha fazenda, um casal desaparece sem deixar rasto às mãos do Mal. Anos depois, The Tritonz uma banda de "hair metal" liderada pelo musculado John Triton (Jon Mikl Thor) mais as respectivas namoradas e o manager chegam à velha casa onde o celeiro foi transformado num estúdio de gravação. O plano da banda é fugir ao stress da grande cidade e gozarem da paz do campo para comporem um novo álbum, mas nada lhes corre como esperado, quando alguns elementos da banda começam a agir estranhamente até irem desaparecendo um a um. Quando resta apenas Triton, portador de um segredo bem guardado, Satã finalmente aparece-lhe, iniciando assim uma épica batalha final do Bem contra o Mal...





Jon Mikl Thor é John Triton

O infame musical de horror que serviu de projecto de vaidade do ex-culturista canadiano tornado vocalista, e ocasionalmente baixista, Jon Mikl Thor, Deus Guerreiro do Rock 'n'Roll, criador do sub-género "Muscle Rock" e "front-man" de uma das primeiras bandas de "hair metal": "Thor", nascidos em '73 e que ainda fazem "tours" ocasionalmente,




Jesse D'Angelo é o garoto sem nome

"Rock 'n' Roll Nightmare" é o supremo mau filme do cinema "trash" que de tão terrível se torna uma das obras mais excêntricas, peculiares e hilariantes da história do série-Z. 








Jim Cirile é Stig, o baterista canadiano / sul-africano / australiano

Jon Mikl Thor, que também assinou o guião e produziu o filme, interpreta o líder da banda fictícia "The Tritonz" que tocam "êxitos" compostos por ele, sendo também constituída por um baterista supostamente australiano que muda de sotaque para sul-africano e canadiano ao longo do filme; 




Theresa Simpson é Randy, a namorada de Stig



um guitarrista e uma teclista que o filme nos diz que estão apaixonados há anos, mas nunca tiveram coragem de se revelarem, no entanto minutos depois já estão na cama e finalmente, um baixista que não tem outra função no filme que repetir em "loop" que se casou há pouco tempo e está em lua de mel. 




The Tritonz ao vivo no celeiro


A cereja no topo do bolo surge quando Mikl Thor aparece vestido de plumas e brilhantes para o ensaio no celeiro como se de um grande concerto se tratasse. O playback é tão fora de sincronia que parece que quem canta os coros está numa música totalmente diferente, assim como o baterista que deve se ter sentado pela primeira vez numa bateria 1 minuto antes do realizador gritar "Acção!". 




Lou Anne (Jillian Peri) e o "martelo do Thor"



As cenas de sexo são irresistivelmente gratuitas entre Mikl Thor e a actriz Jillian Peri, que futuramente só arranjaria trabalho em pornografia depois da sua performance neste filme, com o próprio a apelidá-las de uso eficaz do "martelo do Thor". 






Algum figurante sem falas é "o pai".



O hilariante não intencional desta obra atinge níveis altíssimos desde os primeiros minutos em cena, quando o espectador assiste a um casal cujo marido faz a barba, apesar de não ter barba, enquanto a mulher desaparece na cozinha depois de vários gritos e ele ao chegar, incrédulo ao abrir o forno surge uma criatura disforme que parece uma partida do 1º de Abril de um protótipo de um Alien. 




A equipa completa


Dali somos levados para a visão de uma carrinha a andar sem parar por várias estradas, enquanto somos embalados por uma música de feira e ao fim de alguns minutos, o espectador começa a interrogar-se qual o intuito ou significado da sequência, para de repente a carrinha parar junto da infame casa






Os "temíveis" monstros...

e de dentro do veículo saírem 9 pessoas, 2 guitarras, 2 baixos, uma bateria, teclados, caixotes com roupas e provisões para uma semana entre outras tralhas o que nos leva a concluir que a carrinha parece menos espaçosa por fora do que realmente é por dentro. 





...que também fumam!!



Sem querer revelar muito mais das deliciosas surpresas que "Rock 'n' Roll Nightmare" tem para nos oferecer, destaca-se a qualidade dos efeitos especiais cujos servos do mal parecem uma mistura entre meias velhas e o "mr.potatohead" e os elementos da banda pós-possessão parecem envergar máscaras de "halloween" sem qualquer movimento facial.





Jon Mikl Thor entoa frases inteligentes como "O grito veio da CAVE, então é melhor SUBIRMOS" ou "o nosso manager não morreu caso contrário tinha-nos avisado" e a sua expressividade como actor faz Keanu Reeves parecer Sir Laurence Olivier, mas a boa forma física, indumentária e o penteado 




Jon Mikl Thor, o Deus Guerreiro

que o torna um produto híbrido entre David Lee Roth dos "Van Halen" com Vince Neil dos "Motley Crue" e Blackie Lawless dos "W.A.S.P." e a sua força interior de Monstro do Rock nascido para brilhar e comandar exércitos de guerreiros na senda de um Joey DiMaio de "Manowar", contagia-nos com toda essa segurança em si mesmo, tornando-se um delírio obrigatório continuar a segui-lo. 




Mikl Thor = 1 vs. Satã = 0

O final é dos mais reveladores, extravagantes, excêntricos, peculiares e fora deste Mundo já alguma vez vistos em ecrã, quando Jon Mikl Thor enfrenta o próprio e poderoso (?!) Senhor das Trevas, numa sequência que não há sequer palavras que a descrevam, só unicamente vista.





O Senhor das Trevas...








Alguém do departamento técnico viu "Legend" ('85) de Ridley Scott e criou um boneco com as mesmas características, mas usando apenas ferro-velho e ferramentas da garagem do pai antes de ir jantar.











Filmado em apenas 7 dias, "Rock 'n' Roll Nightmare" é uma obra inclassificável, pois se apreciada como qualidade do produto final faz o "Plan 9 from Outer Space" de Ed Wood ser o "Lawrence of Arabia" e se levada como paródia intencional é péssima em toda a aceitação da palavra, 





...


mas se for vista como foi realmente concebida ou seja, um projecto sério e megalómano da estrela Jon Mikl Thor torna-se, para lá de um autêntico tesouro deprimente do sub-género, o cume do Evereste no termómetro do tão mau que se torna irresistível de seguir. 






E nisso, este filme atravessa a meta e ainda dá mais 10 voltas antes de voltar para receber o troféu, com o seu puro entretenimento hilariante não intencional que só os saudosos anos 80 nos puderam proporcionar. 










Resta saber e a título de curiosidade, quanto dos parcos 100 mil dólares que esta obra custou na totalidade, foi usado na aquisição de alcool e drogas para o set, pois é impossível ter havido alguma mente sã envolvida na execução deste filme.





O linguado do Guerreiro



Em suma, entre o egocentrismo / genialidade / loucura de Jon Mikl Thor e o curso de realização de John Fasano tirado à noite numa faculdade entretanto encerrada por falta de professores, reside uma obra que necessita ser vista pelo maior número de espectadores possíveis e de preferência bastante alcoolizados, porque em termos de efeitos psicológicos pós-filme é como fazer o pino e bater palmas...




"It's the Muppet Show meets Spinal Tap meets Friday the 13th meets total crap, and total crap wins the day! Hooray!" - por: algum outro crítico.


Género: Horror / Musical. 

Fotografia: Côr.

País: Canadá.

Duração: 83 minutos.

Trailer: (brevemente).

Classificação: 1/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.

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