Rick Jarmin (Mel Gibson) encontra-se à 15 anos no Programa de Protecção de Testemunhas por ter testemunhado contra 2 agentes corruptos que traficavam droga. Quando Sorenson (David Carradine) sai em liberdade condicional e procura o ex-parceiro Diggs (Bill Duke) para começarem um novo negócio, a Máfia exige que Jarmin seja eliminado de vez. Ao mesmo tempo em viagem de negócios por Detroit, a advogada de sucesso Marianne Graves (Goldie Hawn), ao parar numa bomba de gasolina para abastecer, reconhece o empregado como sendo o seu namorado que julgava morto. Novamente em perigo de ser encontrado, Jarmin contacta o F.B.I. pedindo uma nova identidade, mas descobre que o seu agente de ligação, Lou Baird (Jeff Corey) reformou-se e o seu novo contacto Joe Weyburn (Stephen Tobolowsky) não é mais que um corrupto aliado de Sorenson e Diggs que os lança na direcção dele.
Mel é Rick Jarmin |
Sendo salvo acidentalmente por Marianne, Jarmin arrasta-a consigo para uma empolgante aventura, onde irão passar pelos diversos sítios e identidades que Rick teve ao longo dos anos, enquanto são perseguidos pelos vilões, pela própria polícia e pelo próprio cupido, pois a chama do amor entre os dois começa a reacender-se...
Divertida comédia de acção com romance à mistura, desenvolvida como veículo para Mel Gibson, o actor australiano bastante popular na altura em Hollywood devido aos enormes sucessos do último capítulo da trilogia "Mad Max - Beyond Thunderome" ('85) e dos dois primeiros "Lethal Weapon" ('87 / '89)
Goldie é Marianne Graves |
que faz aqui parelha com a bela Goldie Hawn, depois de 2 anos antes ter contracenado com o marido, Kurt Russell em "Tequilla Sunrise" ('88).
Dirigido pelo veterano do género, o britânico John Badham ("Blue Thunder" de '83 ou "Stakeout de '87), "Bird on a Wire" em termos de guião não vai muito além do genérico "filme da pipoca", mas a direcção inspirada; o visual apelativo e alguns prodigiosos planos de câmara nas sequências de acção, tornam-no num muito interessante filme dentro do género.
O tom do filme é ligeiro e deixa espaço suficiente para os diversos "gags" dos 2 protagonistas cuja extraordinária química no ecrã eleva esta obra de um rotineiro "buddy flick" para uma experiência memorável de se seguir.
Gibson interpreta cheio de charme o seu usual "louco" herói num papel que inevitavelmente, lembra demasiado Martin Riggs e Goldie ainda em modo "Overboard" ('87) é sexy como a "bitchy" com bom coração que larga uma vida de sucesso e conforto de bem sucedida advogada para embarcar numa viagem como fugitiva ao lado do seu namorado dos tempos da juventude.
A montagem é frenética providenciando um ritmo enérgico e apelativo, que o espectador nem tem tempo para se debruçar sobre a fragilidade do guião,
como se o espectador embarcasse numa montanha-russa e sentisse a adrenalina de uma série de voltas seguidas.
Sorenson (David Carradine) & Diggs (Bill Duke) |
Como filme exclusivo para os talentos de Mel e Goldie, aos restantes personagens não lhes é dado grande desenvolvimento, limitando-se a cumprirem os seus lugares na trama de modo tarefeiro como é o caso do malogrado David Carradine ("Lone Wolf McQuade" de '83 ou "Kill Bill Vol.I & II" ('03 / '04) e Bill Duke ("Predator" de '87) como os patifes de serviço ou a futura rainha do "soft-core" no cinema série-B, Joan Severance.
Drª Rachel Varney (Joan Severance) |
À semelhança com diversos outros filmes estreados em finais dos anos 80 para 90's cujos títulos se baseavam em canções famosas como "Sixteen Candles" ('84), "Pretty in Pink" ('86), "Satisfaction" ('88), "Pretty Woman" ('90) ou "Only the Lonely" ('91),
"Bird on a Wire" recebeu o seu título da famosa canção de Leonard Cohen, "Bird on the Wire" composta em '68, aqui numa versão dos The Neville Brothers.
Em suma, "Bird on a Wire" é um "cool" e divertido filme do género, que pende ainda para a magia e "cheesy" dos anos 80, seja no cabelo e indumentária de Gibson,
na beleza estonteante da espirituosa Goldie (é incrível que a actriz já tinha 44 anos durante a rodagem) e nas deliciosas deixas proferidas por ambos.
O clímax no Zoo foi bastante inovador e criativo para a altura e a cinematografia é de topo.
Recomendado para fãs de Mel Gibson em modo Martin Riggs ou "Maverick" ('94), de uma atraente Goldie Hawn a dominar o ecrã ao estilo de "Private Benjamin" ('80) ou do já referido "Overboard"
e para apreciadores de uma boa comédia romântica cheia de charme e acção sem limites com uma química do duo de actores que lembra a dupla Michael Douglas e Kathleen Turner em "Romancing the Stone" ('84) ou Harrison Ford e Kate Capshaw em "Indiana Jones and the Temple of Doom" ('84).
Género: Acção / Comédia / Romance.
Fotografia: Côr.
País: E.U.A.
Duração: 110 minutos.
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=7P6Qq3YCIjA
Classificação: 8/10.
Reviewer: @ Nuno Traumas.
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