Ilsa (Dyanne Thorne) é a temível directora de um Campo de Concentração durante o III Reich. Conhecido como a "Secção 9", a doutora Ilsa conduz experimentos médicos nas prisioneiras judias com vista a melhorar as condições de combate nos soldados alemães. Um dos seus objectivos é provar ao General (Wolfgang Roehm) que as mulheres aguentam melhor a dor e o sofrimento que os homens e que deveria ser permitido enviá-las para a frente de batalha. Ilsa é também uma leviana e sadomasoquista na intimidade, ordenando o envio de prisioneiros do campo aos seus aposentos para satisfação pessoal, mutilando-os no dia seguinte. Tudo muda com a chegada de Wolfe (Gregory Knoph), um americano com uma qualidade muito especial que irá abalar o mundo da sádica doutora...
Supremo filme de todo o sub-género "nazisploitation" bastante popular durante a abertura ao liberalismo durante os anos 70 e um dos maiores clássicos do cinema "grindhouse" já feitos,
A diabólica Ilsa (Dyanne Thorne) |
"Ilsa - She Wolf of the SS" é uma co-produção dos E.U.A. com a então Republica Federal Alemã protagonizado pela escultural Dyanne Thorne na pele da sádica e perversa Doutora Ilsa.
De extremo mau-gosto e recheado de cenas perturbantes que podem ferir a sensibilidade de alguns espectadores, não sendo por isso recomendado a menores de 18 anos, contudo o tratamento dado é tão exagerado e caricatural,
especialmente nas performances dos carrascos do Campo e de Dyanne Thorne que faz a malvadez de uma Cruella DeVille parecer a virginal Snow White, que o torna numa espécie de violência "comic book" acabando por aligeirar o chocante do conjunto entrando no território do "cheesy" espirituoso.
Devido ao baixo orçamento, a produção aproveitou os cenários deixados da série de televisão de guerra, "Hogan's Heroes" ('65 a '71) para instalar o Campo dos Horrores e recorreu a muitos actores amadores para compor o elenco,
Wolfe (Gregory Knoph) |
sendo o único papel em cinema do co-protagonista Gregory Knoph que se assemelha a um jovem Charlton Heston, interpretando o "brinquedo" americano de Ilsa.
Apesar da sua infame fama das torturas chocantes infligidas às prisioneiras numa espécie de soft-core sádico, o filme não é tão rico em gore como as suas sequelas,
nomeadamente o último filme da saga, a sequela não-directa realizada por Jesús Franco, "Ilsa - The Wicked Warden" ('77) que apresenta um ambiente mais sombrio e é visualmente muito mais extremo,
mas mesmo assim a encenação das sequências de torturas estão muito bem conseguidas e são bastante severas e difíceis de engolir para um público em '75.
Todo o sub-género "torture porn" que se tornou legítimo com os sucessos das franchises "Saw" (iniciado em '04) ou "Hostel" ('05), bem como a subida de mais um degrau no extremo como a película "A Serbian Film" ('10) tem as suas raízes aqui.
Em suma, "Ilsa - She Wolf of the SS" não é o habitual filme sobre os horrores da Segunda Grande Guerra (quem quiser ver os politicamente correctos sobre o assunto pode começar na série de televisão "Holocaust" de '78, o falado até à exaustão "Schindler's List" de '93 ou "The Pianist" de '02),
Ilsa e o General (Wolfgang Roehm) |
nem um passeio pelo parque, mas sim uma demente viagem a um género de cinema "underground" repleto de imagens fortes; personagens femininas dominantes; estranhos fétiches que se misturam com sádicas experiências médicas e muita, muita sordidez pelo meio.
Recomendado somente a fãs já com alguma bagagem deste sub-género de cinema, pois o conteúdo é demente e visceral, exigindo estômago forte para se visioná-lo. Dos melhores filmes "exploitation" da história do cinema!!
Género: Horror / Guerra / Erótico.
Fotografia: Côr.
País: Alemanha / E.U.A.
Duração: 96 minutos.
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=hEugJl_Dimw
Classificação: 8/10.
Reviewer: @ Nuno Traumas.
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