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sábado, 26 de outubro de 2013

Evil Dead III - Army of Darkness (1992)

"O Exército das Trevas" de Sam Raimi com Bruce Campbell, Embeth Davidtz, Marcus Gilbert, Ian Abercrombie, Richard Grove, Timothy Patrick Quill, Michael Earl Reid, Patricia Tallman, Theodore Raimi, Bill Moseley & Bridget Fonda.

Quando Ashley "Ash" J.Williams (Bruce Campbell), um empregado de balcão dos armazéns S-Mart, viaja para uma cabana isolada nas montanhas com a sua namorada Linda (Bridget Fonda), estava longe de imaginar que iria para o local de pesquisa de um eminente arqueólogo ao secular "Necronomicon", o Livro dos Mortos, feito de carne humana e escrito com sangue e repleto pelas suas páginas de ritos fúnebres e encantos Sumérios que libertam o mal da floresta circundante, possuindo Linda e abrindo uma espiral no tempo que transportam "Ash" e o seu Oldsmobile de '73 para uma Inglaterra Medieval durante a Idade das Trevas. Capturado por Lord Arthur (Marcus Gilbert) e o seu exército que o confunde com um dos homens de Sir Henry (Richard Grove), um nobre de um Clã rival com quem estão em guerra, é lançado ao fosso no interior do castelo para uma morte dolorosa, mas depois de auxiliado pelo Sábio (Ian Abercrombie) que lhe lança a inseparável moto-serra, "Ash" derrota a criatura das profundezas e ganha o respeito de todos, incluindo da bela Sheila (Embeth Davidtz) por quem se começa a sentir atraído. 



Bruce Campbell regressa como "Ash" Williams

Para poder voltar ao seu tempo, "Ash" necessita de reaver o Necronomicon situado num cemitério sombrio, mas o Sábio previne-o que terá de proferir três palavras de encantamento antes de o remover, a que o nosso inconsciente herói relutante acaba por esquecer, libertando assim uma horda do Mal nunca antes vista na região. Com o castelo ameaçado e a sua apaixonada Sheila raptada por um monstro alado, "Ash" terá de aplicar todo o seu conhecimento do século XX para treinar os soldados em número inferior contra o portentoso e imparável Exército das Trevas...





Depois do sucesso financeiro de "Darkman" ('90), a Universal Pictures deu carta branca ao inventivo realizador Sam Raimi para desenvolver um terceiro capítulo da saga "Evil Dead", novamente financiada pelo produtor italiano Dino Di Laurentiis, 





satisfeito com os ganhos obtidos por "Evil Dead II - Dead by Dawn" ('87) especialmente no mercado vídeo onde se tornou um filme-de-culto, voltando a reunir a sua equipa vencedora constituída pelo produtor Robert G.Tapert; 






o compositor Joseph LoDuca e o co-produtor e protagonista Bruce Campbell que retorna ao icónico papel de "Ash", o herói relutante munido de uma moto-serra no lugar da mão e uma espingarda de canos serrados, 




desta vez transportado da cabana pela Forças do Mal para uma Inglaterra Medieval onde irá defrontar um temível Exército das Trevas. 












O guião de Sam Raimi, desta vez sem Scott Spiegel, mas escrito em parceria com o irmão Ivan, incide ainda mais na paródia e comédia negra do que o antecessor, aliado a um espírito de fantasia e aventuras em que o realizador presta inteligentemente diversas homenagens a clássicos do género. 




Inspirando-se em obras literárias como "Um Americano na Corte do Rei Artur" escrita por Mark Twain em 1889 e "As Viagens de Gulliver" de Jonathan Swift, publicado em 1726, 







juntando-se-lhes o saudoso cinema da técnica "stop-motion" do pioneiro do género Ray Harryhausen como "The Seventh Voyage of Sinbad" ('58); "Jason and the Argonauts" ('63); "The Golden Voyage of Sinbad" ('73) ou "Clash of the Titans" ('81) 





e regado pela comédia arlequinada dos "The Three Stooges" e o resultado é uma emocionante e horrificamente hilariante obra de sentida admiração a todo o universo do série-B, onde Raimi se iniciou com o primeiro capítulo da saga e nunca esquecendo as suas origens. 




Uma vez mais toda a encenação é um delírio criativo e levada ainda mais ao extremo do exagero como se uma banda desenhada ganhasse vida,







com o trabalho de câmara virtuoso e dinâmico de Raimi auxiliado pelo cinematógrafo Bill Pope e a enérgica edição de imagem supervisionada pelo realizador, 





a imporem um ritmo alucinante ao filme como se uma viagem empolgante num comboio-fantasma de alguma Feira dos Horrores se tratasse. 









Os efeitos visuais a cargo de William Mesa rebuscam os clássicos em "stop-motion" de Harryhausen, autênticas pérolas do passado e que tenta falta fazem ao cinema nos dias de hoje 







e toda a caracterização dos "Deadites" (termo utilizado para os demónios ou humanos possuídos por espíritos malignos em toda a saga "Evil Dead") mantêm-se fiel aos filmes anteriores, apesar do orçamento maior, não criando assim qualquer discrepância a nível visual. 





Tal como o filme anterior, Raimi optou por re-filmar novamente no epílogo a chegada de "Ash" e Linda à cabana e o seu primeiro contacto com o Necronomicon que despoletaria todo o Mal ao seu redor, para que "Army of Darkness" possa ser visto tanto como uma sequela ou como uma obra autónoma. 



"Ash" & Sheila (Embeth Davidtz)

Bruce Campbell regressa muito mais arrogante e machista do que o seu "Ash" de "Evil Dead II - Dead by Dawn", mas providencia na mesma com todo o seu carisma e os peculiares maneirismos do herói relutante tornado anti-herói,






momentos de acção hilariantes, exigindo nesta sequela um maior talento do actor para a parte da comédia física e a preparação necessária para as exaustivas sequências de luta, que em ambos os casos Campbell se sai na perfeição.






Linda (Bridget Fonda)

Embeth Davidtz, aqui um ano antes de "Schindler's List" ('93), é uma competente donzela em apuros e Bridget Fonda surge num curtíssimo cameo sem diálogos como Linda, a namorada de "Ash", sucedendo assim a Betsy Baker do primeiro filme e a Denise Bixler do segundo. 




Lord Arthur (Marcus Gilbert)



Marcus Gilbert, cuja semelhança com o malogrado actor de culto do série-B John Phillip Law é notória, interpreta Lord Arthur, numa subtil referência de Raimi a um dos clássicos em que o filme presta homenagem: "The Golden Voyage of Sinbad". 





Aldeão (Ted Raimi)




O irmão mais novo e presença habitual nos seus filmes, Theodore Raimi e Bill Moseley de "Texas Chainsaw Massacre 2" ('86) ou "The Devil's Rejects" ('05) contribuem com pequenas participações. 







Em suma, "Army of Darkness" dividiu os fãs dos dois primeiros filmes, pois "The Evil Dead" ('81) manteve a sua seriedade como filme de terror, apesar de perspicaz na introdução de pequenas doses de humor negro que seriam exploradas no filme seguinte; 






"Evil Dead II - Dead by Dawn" subiu a fasquia da comédia negra, mas conseguiu equilibrar bem os dois mundos, mantendo a atmosfera horripilante do original e finalmente com este terceiro filme, Raimi, Campbell e companhia ousaram ser diferentes ao transportar a acção da cabana da floresta para a época Medieval em que "Ash", tornado um cavaleiro de armadura fora do seu tempo, combate uma horda milenar de inimigos ao serviço do Demónio num ambiente extrovertido de aventura e fantasia, afastando-se assim do clima inquietante de horror da obra original. 





Aprecie-se (ou não) esse estado de espírito mais espirituoso de "Army of Darkness" como filme independente dos outros ou como parte da saga "Evil Dead", o que é certo é que esta obra é fruto de uma fantástica imaginação. Altamente recomendado!!




Género: Aventura / Fantasia / Comédia / Horror. 

Fotografia: Côr.

País: E.U.A.

Duração: 81 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=4vvJCg2JsIc

Classificação: 9/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.

2 comentários:

  1. Amo muito este filme. Vi-o com os meus pais quando deu na Tv e deliramos os três. Na altura era uma criança ainda muito cinematicamente inculta (não quer dizer que já não o seja, mas era muito pior) e foi uma noite muito bem passada a ver bom entretenimento e a rir. Quando deu pela segunda vez já andava na faculdade e tinha lido e estudado Jonathan Swift e Mark Twain em cadeiras de literatura e pude bem observar as referências que fazes que adorei teres mencionado. Só provas que és uma pessoa que não só percebe de cinema como tens um nível de cultura geral muito acima da média o que é raro nos dias que correm, como sabes... É louvável ver um blog onde alguém realmente pensa os filmes e escreve apaixonadamente sobre eles dizendo o que realmente sente e vê neles em vez de se limitar a traduzir as "reviews" do Leonard Maltin e quejandos... Continua Nuno, é sempre muito gratificante ler as tuas "reviews" a filmes que me marcaram da melhor forma possível pois também elas são pura e simplesmente "remarkable"!

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    1. Awww... I'm speechless :) Obrigada pelas palavras simpáticas e pelos elogios, é graças a pessoas como tu, que são poucas mas boas, que me dão a força para continuar a trabalhar neste blog. Beijinhos e Até Já!!

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