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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Maximum Overdrive (1986)

"Potência Máxima" de Stephen King com Emilio Estevez, Laura Harrington, Yeardley Smith, John Short, J.C.Quinn, Ellen McElduff, Christopher Murney, Frankie Faison, Giancarlo Esposito, Stephen King, Leon Rippy & Pat Hingle.

No dia 19 de Julho de 1987, durante a passagem do cometa Rea-M pela órbita da Terra, todas as máquinas ganham vida dispostas a aterrorizarem os seus criadores humanos. Um pequeno grupo de pessoas, incluindo o jovem cozinheiro Bill Robinson (Emilio Estevez), barricados num restaurante à beira da estrada em Wilmington na Carolina do Norte, cercados por ferozes camiões-cisterna que os pretendem aniquilar, tentam congeminar um modo de pôr fim à revolta das máquinas antes que as mesmas os destruam a eles...





Com o sucesso comercial obtido pelas adaptações das suas novelas ao cinema como "Carrie" ('76); "The Shining" ('80) ou "Christine" ('83), Stephen King resolveu aventurar-se pelo mundo da realização, 




arranjando financiamento através do Estúdio DEG do produtor italiano Dino De Laurentiis para levar ao grande ecrã a sua pequena história "Trucks" incluída na antologia "Night Shift", transformada aqui em longa-metragem através de um guião do próprio King. 





Se como escritor, Stephen King é um dos mais emblemáticos do género horror e suspense do século XX, como realizador deixa muito a desejar e "Maximum Overdrive" é a prova viva disso. 









Emilio Estevez como Bill Robinson

Afastando-se do lado mais sério da sua pequena história, King optou por uma abordagem mais ligeira e extrovertida dando um ambiente de quase paródia ao conjunto, tentando evocar um lado de horror mais "cheesy", mas que infelizmente não resultou aqui. 










O enredo, reciclado de "Night of the Living Dead" ('68), limita-se a encher a duração do filme com situações pouco inspiradas que em nada avançam uma trama que já por ela própria não tem muito para onde ir; a direcção de actores é medíocre, com as próprias máquinas a terem mais desenvolvimento como personagens e carisma próprio do que todo o conjunto de humanos que actuam no filme em modo sonâmbulo; 





a pouco competente edição de imagem faz certas sequências prolongarem-se para sempre, dando um ritmo algo enfadonho à obra e a grande maioria dos diálogos são simplesmente terríveis e um embaraço se comparados aos trabalhos literários do autor. 




Contudo, alguma eficácia na encenação; um bom trabalho de câmara em algumas sequências e um certo lado satírico aliado às doses de humor negro medianamente introduzidas no conjunto, pendem a favor de King como realizador, caso aprimore o lado da direcção de actores e sobretudo, se filmar um bom guião. 




O fracasso crítico e comercial de "Maximum Overdrive" levou Stephen King a se remeter unicamente para a escrita e nunca mais tentar a sorte na cadeira do realizador, admitindo mais tarde ter dirigido o filme aquando o seu vício em cocaína e nem se lembrar das filmagens do mesmo.



Bubba (Pat Hingle), Bill & Brett (Laura Harrington)

Emilio Estevez, repete um género de personagem que desempenhou em "Nightmares" ('83); "Repo Man" ('84) ou "That Was Then... This Is Now" ('85), não acrescentando nada de novo e limitando-se a actuar no filme como se estivesse contractualmente obrigado a fazê-lo; o veterano Pat Hingle vai ao cúmulo do exagero caricatural como Bubba Hendershot, o desprezível dono do restaurante, cujo personagem tem um final à altura e o restante elenco, repleto de ilustres desconhecidos, fazem um concurso de qual deles entrega uma pior performance. 




Cameo de Stephen King

Stephen King, e como é habitual nos filmes baseados nas suas obras, participa num pequeno cameo, desta vez logo ao início do filme como o homem na caixa do Multibanco.





Uma das mais-valias de "Maximum Overdrive" é o conjunto de camiões utilizados para desempenharem as máquinas que ganham vida, destacando-se o White-Western Star 4800 com a máscara do Green Goblin, o arqui-inimigo de Spider-Man, colocado no pára-choques do camião, sendo a maioria deles gratuitamente destruídos para o filme.




A trilha sonora foi entregue à banda favorita de Stephen King, os reis do hard rock australiano AC / DC, cujo álbum "Who Made Who" foi lançado em Março de '86 como banda sonora deste filme, contendo os êxitos "You Shook Me All Night Long", "Hells Bells" e a "Who Made Who" que lhe deu o título.




A título de curiosidade, o óbvio amadorismo como realizador de Stephen King e o facto de estar fora de si durante a rodagem, resultou em diversos acidentes no set com o mais grave a originar a perda de um olho ao cinematógrafo Armando Nannuzzi que processou King posteriormente.






"Maximum Overdrive" foi nomeado para 2 Razzies em '87 nas categorias de Pior Realizador para King e Pior Actor para Emilio Estevez, mas foi considerado para Melhor Filme de Ficção Científica ou Fantasia no Fantasporto em '88.




Em suma, este foi um filme financiado para aprazer o ego de um dos escritores mais em alta na altura, mas que se não se saiu à altura do próprio desafio. 






Fãs incondicionais dos anos 80 poderão ter curiosidade em assistir a esta miscelânea de comédia, acção, ficção científica, horror, fantasia e que ainda dá toques aos filmes-catástrofes característicos da década de 70 como "Earthquake" ('74),





mas o conjunto é tão mal dirigido e editado que se resume a uma trapalhada espalhafatosa de filme que em certas partes relembra outro megalómano fracasso comercial que foi o "1941" ('79) de Steven Spielberg.



Género: Ficção Científica / Acção / Horror / Comédia. 

Fotografia: Côr.

País: E.U.A.

Duração: 97 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=ggWS4tTzs60

Videoclip: http://www.youtube.com/watch?v=PiZHNw1MtzI

Classificação: 6/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.


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