1964. Sul dos Estados Unidos. O cadete Will McLean (David Keith), findo o Verão, regressa ao seu último ano na Academia Militar aonde um recruta negro Tom Pearce (Mark Breland) é aceite pela primeira vez na Instituição e o Coronel "Bear" Berrineau (Robert Prosky) pede a McLean que o vigie temendo represálias racistas da parte dos outros cadetes. Will ouve boatos sobre uma lendária sociedade secreta intitulada "The Ten" constituída por um grupo de elite de cadetes escolhidos a dedo que não olham a meios para expulsarem os aspirantes menos desejados sobre a forma de repressão, humilhação e tortura. Com as vítimas ameaçadas ou mentalmente extenuadas ao ponto de suicídio, nunca nenhuma delas fez queixa, permanecendo assim a sociedade secreta um mito dentro da Academia, que nem o General Bentley Durrell (G.D.Spradlin) admite a sua existência.
Humilhação aos caloiros |
Extenuação mental |
"Bear" (Robert Prosky) e o grupo de McLean |
Adaptar a extensa obra de Conroy não é tarefa fácil para uma longa-metragem de pouco mais de hora e meia e muitas cenas fulcrais do livro acabaram por ser omitidas, assim como as pequenas histórias que reforçariam a trama, mas mesmo assim Roddam consegue entregar-nos um filme competente de ambiente sombrio e envolvido numa aura de mistério, contando com pequenas doses de humor em timing certo que servem para aligeirar o conteúdo, mas sem nunca afectar o ambiente negro.
Pearce (Mark Breland) é ameaçado |
Para quem leu o livro, poderá ficar cheio de expectativas e achar o filme inferior, mas para quem não leu e assistir sem ideias pré-concebidas, "The Lords of Discipline" é uma obra bem dirigida e de ritmo empolgante bem actuada por um bom conjunto de actores, muitos deles na sua estreia em cinema ao lado de outros veteranos.
Tradd, Santoro, McLean & "Pig" |
David Keith como o protagonista deixa um pouco a desejar. Em "An Officer and a Gentleman" como o resignado recruta amigo de Richard Gere teve uma boa participação secundária, mas sem a responsabilidade de carregar o filme aos ombros.
John Alexander (Michael Biehn) tortura Pearce |
Aqui, tendo o foco principal, Keith mostra-se incapaz de segurar a trama e acaba por não ser muito convincente na sua demanda de descobrir sobre a Sociedade Secreta. Contudo, grande parte do elenco secundário é brilhante, destacando-se os veteranos Robert Prosky como "Bear" e G.D.Spradlin na pele do conturbado general.
General Durrell (G.D.Spradlin) |
Dos jovens actores, Rick Rossovich como "Pig", o matulão de bom-coração e Michael Biehn como o vicioso e execrável John Alexander são memoráveis nos seus papéis.
A título de curiosidade este é o primeiro filme que juntaria Rossovich, Biehn e Bill Paxton, sendo aqui ainda creditado como "Wild" Bill Paxton, tendo os actores colaborado no ano seguinte no sucesso "The Terminator" e posteriormente em "Navy Seals" ('90) com Biehn e Paxton ainda a actuarem juntos em "Aliens" ('86) e "Tombstone" ('93).
Espectadores mais atentos poderão identificar Jason Connery (filho de Sean Connery e Diane Cilento), Matt Frewer, William Hope (Gorman em "Aliens"), Sophie Ward ("Pyramid of Fear" de '85) e Judge Reinhold (da franchise "Beverly Hills Cop").
"Pig" (Rick Rossovich) durante a "Walk of Shame" |
Em suma, "The Lords of Discipline" embora não atingindo um mesmo nível de "Taps" é mesmo assim uma obra obrigatória a ver para fãs do género. Obscuro, pouco falado e raramente incluído nas listas de melhores dos anos 80 é uma daquelas pérolas esquecidas que vale a pena redescobrir.
Género: Thriller / Mistério.
Fotografia: Côr.
País: E.U.A.
Duração: 102 minutos.
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=A2d84U4Ewic
Classificação: 8/10.
Reviewer: @ Nuno Traumas.
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