1969. Buford Pusser (Joe Don Baker) é um ex-lutador de Wrestling que a pedido da sua mulher Pauline (Elizabeth Hartman) resolvem começar uma vida nova juntamente com os dois filhos menores Mike (Leif Garrett) e Dwana (Dawn Lyn) na quinta dos pais de Buford no Tennessee. Esperando trabalhar no negócio do pai, Buford depara-se com uma cidade envolta na corrupção, envolvendo prostituição ilegal, roubos a forasteiros e jogo viciado. Quando ele próprio se torna uma vítima, resolve lutar contra o corrupto sistema e depois de embater com o xerife a soldo, candidata-se ao lugar dele e ao ganhar as eleições, munido de um bastão de madeira que se torna a sua imagem de marca, inicia uma cruzada de limpar a escumalha da sua cidade, acabando por se pôr em risco e à sua família...
Os Pusser regressam ao Tennessee |
Leif Garrett como Mike Pusser |
Destacando-se a nível de elenco secundário, o então criança Leif Garrett como Mike Pusser que se tornaria um "teen idol" na sua breve experiência como músico e um dos jovens actores do brilhante elenco do "The Outsiders" ('83) contracenando aqui com a sua irmã na tela e na vida real, Dawn Lyn. A actriz Elizabeth Hartman (que tragicamente se suicidaria em 1987) está muito bem como Pauline Pusser, a esposa e a consciência de Buford.
Joe Don Baker como o Xerife Buford Pusser |
Bastante realista na violência para a época, no seguimento de grandes obras de finais dos anos 60 que foram pioneiros de um estilo cinematográfico mais cru como "Bonnie & Clyde" ('67) de Arthur Penn ou "The Wild Bunch" ('69) de Sam Peckinpah,
"Walking Tall" é um drama policial de acção realizado na era da "exploitation", seguindo a radical demanda deste pouco usual Xerife incorruptível e tal como o título original indica sempre "Walking Tall" (significando "andar erguido" e na linha, sem nunca rastejar ou vender-se à corrupção local).
A cinematografia e montagem podem deixar um pouco a desejar, com a presença de microfones visíveis no topo do ecrã em diversas cenas e o visual a apelar a um formato televisivo, juntando-se uma duração demasiado longa, que ultrapassa as duas horas, para este género de filme, sofrendo com um II Acto demasiado lento com muito enchimento pelo meio.
"Walking Tall" redime-se por completo a partir do III Acto quando a trama torna contornos de vingança pessoal de Buford que depois de matar para não ser morto, vê a sua mulher ser assassinada numa brilhante sequência de acção muito bem dirigida e interpretada pelos seus actores. O filme aí entra nos trilhos a 120 km/hora, numa viagem vertiginosa de emoção até ao clímax.
"Walking Tall" pode ter certas semelhanças com "Dirty Harry" interpretado por Clint Eastwood e estreado 2 anos antes e bastante popular na época no sentido da macho-personna do solitário e incorruptível herói na luta contra a criminalidade.
Buford & Pauline |
Se "Dirty Harry" se tornou um dos personagens mais míticos do cinema, originando 4 sequelas, muito devido ao carisma do seu actor principal, "Walking Tall" funciona como um obscuro parente seu afastado, um "série-B" de baixo-orçamento que atingiu o estatuto de filme-de-culto.
O assassínio de Pauline Pusser |
Devido ao moderado sucesso de bilheteiras, "Walking Tall" teve direito a mais 2 sequelas com Bo Svenson no lugar de Joe Don Baker depois do verdadeiro Buford Pusser, que iria protagonizar os filmes interpretando-se a si mesmo, ter morrido num acidente suspeito em '74; uma série de TV também com Bo Svenson que durou somente 7 episódios; um terrível "remake" em '04 com o circo armado pela vedeta da WWE, Dwayne "The Rock" Johnson e ainda mais 2 sequelas ainda piores que o remake assumindo Kevin Sorbo o papel de Buford Pusser.
Grady (Bruce Glover), Buford & Obra (Felton Perry) |
Em suma, "Walking Tall" não é a perfeição cinematográfica a nível técnico ou artístico, mas sim uma experiência realista, dura e crua de um homem sem medo enfrentando tudo e todos em nome da Lei e da Ordem, resultando numa memorável pérola do cinema "grindhouse" para apreciadores do género, com uma sequência final emblemática que ficará na retina do espectador.
Género: Acção / Crime / Drama / Thriller.
Fotografia: Côr.
País: E.U.A.
Duração: 125 minutos.
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=tfEWDBpgVrg
Classificação: 6.5/10.
Reviewer: @ Nuno Traumas.
aqui está um filme que uma vez obrigaram-me a ver, senão não tinha bar aberto para mim no fim de semana se não contasse as cenas do filme ao dono do bar, foi esse acordo, não me arrependo de ter visto o filme, ahahahahah, mas sim, o don baker fez um excelente papel de redneck, daqueles filmes que rapidamente se esqueçe, este leva um 6 da minha parte, para o tal gajo do bar, este filme levava um 10, ahahahahaha
ResponderEliminarÉ bom e abriu portas para muitos filmes dentro do género sobre um justiceiro solitário a limpar as ruas da escumalha vigente. Não acho mesmo assim ao nível de um primeiro "Death Wish" com o Charles Bronson ou "Rolling Thunder" com o William Devane, mas merece um lugar de destaque na prateleira do "exploitation" dos anos 70!!
Eliminar