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sábado, 6 de abril de 2013

Rolling Thunder (1977)

"O Executor Implacável" de John Flynn com William Devane, Tommy Lee Jones, Linda Haynes, James Best, Lisa Blake Richards, Luke Askew, Lawrason Driscoll & Dabney Coleman.

O Major Charles Rane (William Devane) regressa a San Antonio no Texas depois de 7 anos preso em cativeiro no Vietname. É condecorado como um herói pela cidade, mas descobre que a sua esposa Janet (Lisa Richards) julgando-o morto, seguiu em frente estando prometida em casamento a um polícia da cidade, Cliff (Lawrason Driscoll). Restando-lhe o filho pequeno, tenta ligar-se com ele emocionalmente, mas acaba por perde-lo e à ex-mulher quando um grupo de homens armados invade a sua casa exigindo-lhe o cofre de moedas de prata oferecidos a Rane pela Cidade. Com a família massacrada e a própria mão destruída pelos viciosos bandidos, resta ao atormentado Major um único sentimento: o de vingança. Unindo esforços com uma jovem e rebelde barmaid Linda (Linda Haines) e o seu ex-parceiro de guerra Johnny Vohden (Tommy Lee Jones) o grupo se lançará numa caçada implacável aos envolvidos nos assassinatos para os executarem sem dó nem piedade...




O Major Charles Rane (Devane) regressa a San Antonio
União do produtor Lawrence Gordon, aqui num dos seus primeiros trabalhos, que levaria ao ecrã nos anos 80 filmes de culto de acção como "48 Hrs." ('82), "Predator" ('87) ou "Die Hard" ('88) com o conceituado argumentista Paul Schrader ("Taxi Driver" de '76 ou "Raging Bull" de '80) e dirigido pelo grande e para sempre subestimado John Flynn ("The Outfit" de '73 ou "Lock Up" de '89), 





Linda (Linda Haines) oferece o cofre das moedas de prata

"Rolling Thunder" é um soberbo thriller psicológico de acção abraçando o sub-género "revenge movie" popular nos 70's na Era do cinema "exploitation". Obscuro e sombrio, invocando o neo-noir e bastante realista, relembra o anterior argumento de Schrader, "Taxi Driver" partindo de uma mesma premise de um perturbado ex-combatente do Vietname lutando numa selva urbana. 





Rane é torturado e a família assassinada
William Devane interpreta o Major Charles Rane com competência, na pele de um homem que após anos de tortura sistemática em cativeiro é incapaz de sentir qualquer tipo de emoção, seja de amor ou dor, mas quando lhe invadem o pouco que lhe resta na vida, levando-lhe a família, o seu único desejo que o moverá é o de vingança, pondo em prática o que para foi treinado em guerra, ou seja, destruir o inimigo sumariamente. 


Johnny (Tommy Lee Jones) visita Rane no hospital

Um jovem Tommy Lee Jones co-protagoniza na pele do parceiro de Rane que incapaz de se readaptar a uma vida normal depois dos horrores sofridos, vive em constante letargia na sua vida familiar e quando chega a hipótese de apoiar o amigo na sua implacável vingança, não pensa duas vezes em voltar ao terreno. Uma das melhores frases do filme resume-o quando confrontado com a mulher: "I'm gonna kill a bunch of people".






A atmosfera é depressiva, negra e cruel, repleta de violência psicológica. O ritmo é arrastado, com uma progressão demasiado lenta até ao sangrento clímax, mas torna a experiência mais pesada de viver.






O treino

Uma particularidade interessante que definiu este género de cinema nos anos 70 era o de centrar a história no estudo e conflitos dos seus personagens, rodeados de cenários realistas do sub-mundo das grandes cidades e com o cunho da violência sempre presente, 






O conflito final

fugindo assim aos efeitos especiais como subterfúgio, tendo a habilidade de criar um bom ambiente e uma história forte. "Rolling Thunder" é uma dessas pérolas da época, um filme pouco visto e raramente mencionado nas listas do género, assim como o seu realizador John Flynn que dirigiu diversas obras de acção e crime hoje autênticos filmes-de-culto, mas que faleceu sem o reconhecimento devido.




Quentin Tarantino ressuscitou esta película, quando a incluiu na sua lista de filmes preferidos de sempre, dando o nome à sua distribuidora de raridades cinematográficas (entretanto falida) de "Rolling Thunder Pictures". A célebre cena do confronto entre Dennis Hopper e Christopher Walken que Quentin escreveu no seu extenso argumento que daria lugar ao filme de Tony Scott, "True Romance" ('93) teve as suas bases aqui, bem como certas ideias para  os seus "Kill Bill" ('03 e '04).



Em suma, para fãs de violência realista, que neste caso acaba por ser mais sugerida do que mostrada no ecrã; de um "Taxi Driver" com um final à "The Wild Bunch" ('69), excelentemente coreografado e filmado, e sobretudo das obras do cinema "grindhouse" dos anos 70, este é o filme ideal para uma "Sessão da Meia-Noite". Recomendado.





Género: Acção / Drama / Crime / Thriller.

Fotografia: Côr.

País: E.U.A.

Duração: 95 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=wg8dACXYhAs

Classificação: 7.5/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.






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