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quarta-feira, 22 de maio de 2013

Slumber Party Massacre II (1987)

(Inédito em Portugal) de Deborah Brock com Crystal Bernard, Kimberly McArthur, Patrick Lowe, Juliette Cummins, Heidi Kozak, Cindy Eilbacher, Joel Hoffman, Scott Westmoreland, Jennifer Rhodes & Atanas Ilitch.

5 anos depois dos eventos do primeiro filme, a agora adolescente Courtney Bates (Crystal Bernard), sobrevivente do massacre perpetuado por um maníaco com uma broca, experimenta estranhos pesadelos que parecem realidade. Com a chegada do aniversário, resolve ir juntamente com as membros da sua banda rock: Sally (Heidi Kozak), Amy (Kimberly McArthur) e Sheila (Juliette Cummins) estrear a nova casa dos pais de uma delas para um fim de semana de ensaios, divertimento e festas de pijama. Com a chegada dos rapazes, a festa avizinha-se rija, especialmente Matt (Patrick Lowe) por quem Courtney está apaixonada, mas cada vez que esta adormece, ouve a irmã Valerie (Cindy Eilbacher) em sonhos a alertá-la sobre um estranho figurão pomposo e vestido de negro (Atanas Ilitch) que carrega uma estranha guitarra transformada e parece querer atravessar para o mundo real...



A banda de rock das garotas

Produzido pelo Rei do série-B Roger Corman, segundo um guião de Deborah Brock que também dirigiu o filme, "Slumber Party Massacre II" é uma das mais surpreendentes obras do cinema "slasher" de horror, o sub-género bastante popular a partir de finais dos anos 70 e que dominaria toda a década de 80. 








A primeira noite de "festa de pijama"

Seguindo a premise do primeiro filme e dos lugares-comuns e referências a outros filmes-de-culto e especialmente, piscando o olho ao sucesso da franchise "A Nightmare on Elm Street" (iniciada em '84). 







Sally (Heidi Kozak)

O filme começa com os efeitos colaterais da jovem Courtney que ao ajudar a irmã Valerie, entretanto internada num Hospício, a matar o terrível assassino em série que assassinou todas as suas amigas numa festa de pijama à 5 anos atrás, experimenta actualmente estranhos pesadelos que parecem querer passar para a realidade. 







E é aí que a direcção da estreante Deborah Brock toma um caminho totalmente diferente do seu antecessor. Durante o I e II Acto somos transportados a uma típica "80's sex teen comedy" bastante extrovertida, com música à mistura através dos ensaios da banda,








intercalados com elementos de "slasher" surreal através das visões hediondas da protagonista, que tenta alertar o grupo à cerca de algo sobrenatural que paira sobre ela e poderá ser uma ameaça para todos. A polícia é chamada e tal como os amigos ninguém a leva a sério, mas a partir do momento que o filme entra no III Acto sofre uma das reviravoltas mais brutais já vista num filme do sub-género. 






Matt (Patrick Lowe)

O "The Driller Killer" em pessoa, salta do imaginário de Courtney para a realidade, iniciando uma sangrenta matança por todos os adolescentes excitados e as suas namoradas bimbas, num total de cerca de 20 minutos de puro delírio visual e encenação extravagante q.b.







The Driller Killer (Atanas Ilitch)


Quem poderá resistir a um rocker vindo dos infernos, feito figurão pomposo de língua afiada e a transpirar sadismo, vestido de blusão de couro negro e uma enorme guitarra transformada com uma broca no braço 







que canta e se move ao som de "rockabilly tunes" ao mesmo tempo que fura, estilhaça, chacina e desmembra um grupo de adolescentes que de tão transparentes e desinteressantes já lhes desejamos a morte desde o meio do filme? 









Cheio de humor negro e com citações irónicas que vão do politicamente incorrecto ao puro mau-gosto, este assassino irreal que se assemelha a uma versão diabólica, insana e exagerada de um Andrew Dice Clay no seu auge, misturado com um Bruce Campbell da triologia "Evil Dead" pleno de mau-feitio que faria corar o próprio Freddy Krugger.





Toda a glória, e para além da excelente criação e direcção de Deborah Brock para o personagem e a criativa encenação das sequências, vai para o ilustre desconhecido do grande público e que se estreou em cinema com este filme que dá pelo nome de Atanas Ilitch, 








roubando por completo o filme para si no seu extravagante e inspirado desempenho como o espirituoso "Driller Killer". É inacreditável como este foi o seu único trabalho de relevo em cinema. 










Devido ao baixo-orçamento da obra, a maioria das músicas são "covers", mas a banda sonora é mesmo assim irresistível para fãs do género.










Em suma, "Slumber Party Massacre II" é um "slasher" bastante obscuro, sendo apenas venerado por fãs acérrimos do série-B, mas que merecia ter uma mesma exposição dentro do cinema legítimo como o conterrâneo "A Nightmare on Elm Street" e as suas sequelas. 




Courtney (Crystal Bernard)



Para o seu sub-género é mestre na arte dos três "C's" - É cool, é campy e é cheesy e para um bom e genuíno filme de terror saído da época mais extrovertida da história da 7ªArte, não se pode pedir mais do que isto. 









"Slumber Party Massacre II" é como lançar uma seta e acertar no alvo, pois cumpre, entretém e diverte, só é pena começar o delírio tarde demais, porque depois de quase 50 minutos a meio-gás e com muito enchimento e devido aos somente 75 minutos de duração, as deliciosas cenas do "Driller Killer" à solta acabam por saber a pouco...





Género: Horror / Musical / Comédia. 

Fotografia: Côr.

País: E.U.A.

Duração: 75 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=OKZFUnAQQlg

Classificação: 7.5/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.

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