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quinta-feira, 30 de maio de 2013

Death Valley (1982)

"O Vale das Sombras" de Dick Richards com Paul Le Mat, Catherine Hicks, Peter Billingsley, Wilford Brimley, Stephen McHattie, Jack O'Leary, Gina Christian & Edward Herrmann.

Sally (Catherine Hicks), uma recém-divorciada parte para o Arizona com o filho pequeno Billy (Peter Billingsley) para se juntar ao novo namorado dos tempos do liceu, Mike (Paul Le Mat) que lhes promete uma "road-trip" até Death Valley, um dos locais mais famosos do Estado. Pelo caminho, ao pararem para admirar a paisagem do desfiladeiro, Billy afasta-se e encontra uma roulotte aparentemente abandonada, achando um peculiar fio decorativo. Mais tarde, ao pararem para comer, Billy repara que Hal (Stephen McHattie), o empregado local ostenta um fio idêntico e ao fazerem-se de novo à estrada descobrem que a roullote foi encontrada com os corpos de 3 adolescentes degolados. Mike e Sally contam ao Xerife (Wilford Brimley) tudo o que sabem, mas quando Billy entrega o fio encontrado horas atrás e menciona ter visto um idêntico, não sabe que terá que lutar pela própria vida, pois o assassino em série ao saber da testemunha lançar-se-à numa perseguição implacável pelas estradas do deserto no intuito de o silenciar...



Billy (Peter Billingsley)

Filmado no Outono de '80 e estreado somente em '82 sem grande promoção da parte do estúdio, "Death Valley" levou poucos espectadores ao cinema, caindo quase de imediato no esquecimento geral, talvez pelo motivo de ter sido catalogado como "horror slasher", 





Mike (Paul Le Mat) & Sally (Catherine Hicks)



género em voga na altura, quando de facto não passa de um thriller rotineiro, parte drama, parte "road-movie". Dirigido por Dick Richards ("Farewell My Lovely" de '75) partindo de um tarefeiro argumento de Richard Rothstein, 








"Death Valley" é uma trapalhada de filme que apesar do uso de uma excelente cinematografia no total desperdício de talento do grande Stephen H.Burum, não vai muito além da mediocridade do produto final. 











No I Acto somos confrontados com a típica história melodramática de uma criança vítima do divórcio dos pais e o seu relacionamento com o novo namorado da mãe, ao mesmo tempo que o filme nos apresenta um autêntico roteiro turístico da monumental Death Valley, como se um video de promoção se tratasse. 





Para o meio disso, é atirado ao acaso a história de um assassino em série que degola viajantes incautos à anos sem nunca ter sido capturado e apesar de o pequeno ter achado um fio que não prova exactamente nada é, segundo o guionista, o suficiente para dar motor à trama de o psicopata o querer silenciar e ocupar os restantes 45 minutos de filme. 





Como "slasher" as baixas são tão poucas, com muitas delas ocorridas "off camera" que nem pode ser considerado um primo afastado desse sub-género; como drama soa a um episódio qualquer de uma série de TV pirosa e lamechas e como thriller não passa de fumo sem fogo, não criando qualquer tipo de atmosfera que possa deixar o espectador inquieto. 






Quanto à montagem do filme parece ter sido editado por algum amador que não tem qualquer noção de ritmo, entregando-nos cenas totalmente insípidas que se prolongam para sempre e uma narrativa tão lenta e arrastada que ao invés de criar emoção e adrenalina no espectador, oferece-lhe antes um comprimido para dormir. 






No capítulo dos desempenhos, Paul Le Mat (vindo dos clássicos de culto "American Graffiti" de '73 e "Melvin and Howard" de '80) no início do fim da sua carreira, protagoniza num papel ingrato que pouco lhe dá que fazer e nem a beleza e o sorriso atractivo de Catherine Hicks ("Peggy Sue Got Married" de '86) consegue salvar o casal da monotonia completa.




Xerife (Wilford Brimley)

A título positivo, Hicks treinou aqui o papel de mãe que desenvolveria e de modo mais sólido no grande "Child's Play" ('88) interpretando a mãe do pequeno Alex que lhe oferece um peculiar boneco diabólico. Wilford Brimley e Edward Herrmann participam em pequenos cameos em modo cabotino; 




Hal (Stephen McHattie)

o pobre Stephen McHattie tenta por tudo entregar-nos uma boa performance, mas o que lhe é pedido para fazer como vilão é tão ridículo e sem nexo que se torna um embaraço e finalmente Peter Billingsley, na sua estreia em cinema, rouba o filme como o pequeno perspicaz Billy. 







Cerca de mais de metade desta obra é somente a desenvolver o seu personagem e caso o seu desempenho fosse mau, ultrapassaria ainda mais o desastre (que "Death Valley" já é) para algo totalmente catastrófico. A reviravolta final já era previsível para '82, se vista hoje em dia rebenta com a escala do básico.





Em suma, nada pode salvar "Death Valley" de um desastre se ele próprio não leva ninguém ao volante, não passando assim de uma obra pouco inspirada, incongruente e com sérios problemas de narrativa. Uma boa cinematografia e alguns bons desempenhos não são suficientes para manter o estímulo e a gula a um espectador que se aventure a querer passar por este peru mal cozido que dá pelo nome de "Death Valley"...

Género: Thriller / Drama. 

Fotografia: Côr.

País: E.U.A.

Duração: 87 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=0W9qMbYIex0

Classificação: 4/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.

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