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sexta-feira, 24 de maio de 2013

Don't Go in the House (1979)

(Inédito em Portugal) de Joseph Ellison com Dan Grimaldi, Robert Osth, Ruth Dardick & Johanna Brushay.

Donny Kohler (Dan Grimaldi), queimado em criança pela sua sádica mãe (Ruth Dardick), cresce como um adulto perturbado, trabalhando como operário numa fundição. Tímido e solitário, leva uma vida reclusa e sem contactos sociais, vivendo unicamente para a sua agora septuagenária mãe na enorme casa secular de ambos. Quando Mrs.Kohler morre de causas naturais, isso despoleta as psicoses de Donny que julga ser agora o "detentor da chama". Mantendo o corpo da mãe em casa, cria uma câmara de aço no sótão e sai para a rua numa jornada homicida raptando jovens mulheres, colocando-as penduradas com correntes nos pulsos, para de seguida as queimar vivas com o auxílio de um lança-chamas...







Trabalho na fundição



Filme "trash" saído do final da década de 70 em que Hollywood se virava para o novo filão do terror "slasher" depois do mega-sucesso de "Halloween" ('78) de John Carpenter. Dividido em dois tipos como o "slasher" legítimo e "cheesy" característico de um "Friday the 13th" ('80)






Kathy Jordan (Johanna Brushay)

ou o "slasher" mais obscuro de terror psicológico e estudo do personagem como "Maniac" ('80), "Don't Go in the House" encaixa-se na segunda categoria, oferendo-nos um filme sombrio, de ambiente sinistro e depressivo, enquanto seguimos o percurso do aparentemente frágil Donny que se revela um autêntico maníaco homicida.






O filme colhe a óbvia inspiração do célebre "Psycho" ('60) de Alfred Hitchcock numa versão "exploitation" de baixo-orçamento, mas a encenação das mortes foi bastante original e chocante para a altura de estreia. 









Apesar de devido ao seu conteúdo ter sido banido em diversos Países, "Don't Go in the House" tem somente uma infame cena (que pode ferir a sensibilidade dos mais fracos









sobretudo mulheres, devido ao nível de violência sobre as mesmas) muito bem encenada e interpretada, sendo todo o resto mais sugerido do que propriamente visto em ecrã.










"Don't Go in the House" é um filme pesado de se seguir e arrastado, visualmente sombrio e arrepiante com o auxílio de uma cinematografia que oscila entre a escuridão e as sombras e o tom amarelado e granulado típico dos anos 70 ajudando a impor o clima surreal do conjunto. 




Juntando-se uma banda sonora plena de "disco sound" já na fase da transição para o "new wave" e que estranhamente, encaixa-se perfeitamente bem na acção e um elenco secundário de ilustres desconhecidos que ajudam a dar o lado realista à história, 





incluindo o obviamente falso rumor que a primeira vítima de Donny no filme Kathy Jordan, interpretada pela estreante Johanna Brushay, 







que ao ter unicamente este filme nos seus créditos como actriz e ter desaparecido desde aí de Hollywood, tivesse sido na realidade uma vítima como se "Don't Go in the House" de um filme "snuff" se tratasse, contribui para o charme de filme-de-culto do cinema extremo que esta obra tem.





Dan Grimaldi como o psicopata Donny



Dan Grimaldi, que lembra uma mistura de um jovem Dustin Hoffman com o cómico e apresentador de "talk show" Jimmy Fallon, é bastante eficiente como Donny Kohler e visto que praticamente, toda a acção gira em torno da sua performance, caso não chegasse ao ponto exacto na sua actuação, poderia ter comprometido o resultado final do filme, o que não foi o caso.





Quentin Tarantino citou "Don't Go in the House" como um dos seus absolutos predilectos dentro do cinema "exploitation", tendo-o seleccionado para os seus Festivais e um dos seus acólitos, Eli Roth baseou-se em parte nesta obra, e noutras tantas do género, para compor o nível de violência do seu sucesso "Hostel" ('05).





Em suma, "Don't Go in the House" é como um pesadelo surreal, mas ao mesmo tempo bastante realista, resultando num filme assustador sobre o lado mais sombrio, violento e sádico da mente humana,







piscando o olho a verdadeiros assassinos em série como o alucinado "Son of Sam" que aterrorizou Nova Iorque em finais dos anos 70. 









Recomendado somente para fãs com alguma bagagem do género, porque definitivamente este filme não é um passeio pelo parque.











Género: Horror / Thriller.

Fotografia: Côr.

País: E.U.A.

Duração: 82 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=ZSNpuS_0sNM

Classificação: 7.5/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.






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