Num mundo pós-apocalíptico devido a uma guerra nuclear que reduziu tudo a escombros e tornou o povo estéril, os terríveis Euraks da aliança Asiática-Africana dominam a árida América tendo a sede na antiga Nova Iorque. Escondidos no Alaska, o Presidente da Federação Rebelde Pan-Americana (Edmund Purdom) contrata um mercenário de nome Parsifal (Michael Sopkiw) para se infiltrar na Nova Iorque ocupada e resgatar a única mulher fértil da Terra para assim darem início a uma nova civilização. Acompanhado por Bronx (Vincent Scalondro) e Ratchet (Roman Geer), Parsifal viverá imensas aventuras incluindo o embate contra os gangues locais que assolam os esgotos da cidade e a inevitável confrontação com os Euraks que ao saberem do plano pretendem capturar a jovem fértil para experiências genéticas...
Obra "trashy" italiana de "exploitation" incluído no sub-género "spaghetti sci-fi", foi o primeiro de 4 filmes que o ex-marine americano tornado actor, Michael Sopkiw protagonizou para o famoso cinema série-B de Itália que produzia diversos filmes de baixo-orçamento durante a década de 80, inspirados em "blockbusters" de acção, fantasia e ficção científica americanos.
"2019 - Dopo la caduta di New York" é um dos mais emblemáticos saído desse género revisto hoje em dia como o essencial filme-de-culto do "mau cinema".
Sergio Martino ("La Montagna del dio cannibale" de '78), um dos especialistas do género, inspirando-se num conjunto de obras que vão desde a franchise "Planet of the Apes" aos dois primeiros "Mad Max", "Death Race 2000", "The Warriors" de Walter Hill
e mais obviamente "Escape from New York" de John Carpenter, constrói um extravagante filme de acção, ficção científica e fantasia apresentando-nos o lacónico herói de poucas palavras, Parsifal como um clone do Snake Plissken de Kurt Russell.
Apesar do parco orçamento, o filme apresenta um impressionante e criativo guarda-roupa e cenários, recorrendo a filmes-caseiros rodados na verdadeira Nova Iorque sobrepostos como pano de fundo à acção do filme.
As interpretações são no geral más, especialmente Sopkiw que parece recitar os diálogos a ler de um cartaz colocado atrás da câmara, mas a presença de belas mulheres, e apesar do filme não apresentar cenas de sexo, nem nudez, sendo bastante invulgar para um "exploitation" italiano e as performances exageradas e caricaturais de Roman Geer
e do cabotino George Eastman, presença habitual de todo o série-B da altura indo do "sword 'n' sorcery" ao "western spaghetti", levantam o conjunto para o "cheesy" em doses industriais.
Massacrado pela crítica especializada quando estreou, tal como todos os "rip offs" italianos da altura, "2019" não pretende ser inovador nem ganhar prémios, mas apenas presentear os fãs deste género de cinema com uma obra extravagante repleta de charme do série-B,
que apesar da qualidade duvidosa e da falta de meios, conseguiu abrir portas à imaginação algo excêntrica e bizarra com a sua criatividade nas situações e sequências apresentadas e ironicamente, acabou por inspirar mais tarde diversos filmes do cinema legítimo como "Children of Men" ('06).
A única diferença entre Sergio Martino e um Quentin Tarantino da actualidade, é que Sergio se inspirou, homenageou e até mesmo copiou obras de culto, mas mesmo com os míseros orçamentos envolvidos,
contando com actores de série-Z e os dias de rodagem contados, conseguiu com a força de vontade criar e estabelecer as suas obras como fenómeno de culto e hoje em dia revistas com saudade, ao passo que um Quentin copia, homenageia e inspira-se,
mas rodeado de estrelas de renome, orçamentos gigantescos e dias infinitos de rodagem consoante o tempo necessário a transpor para a tela a sua "visão".
Recomendado somente a fãs de filmes "trash", pois apreciadores do cinema legítimo muito dificilmente se conseguirão ligar com esta obra.
A classificação final dada para este filme é pelo esforço "D.I.Y." de todos os envolvidos na produção do mesmo, não sendo equiparado ou usado como termo comparativo às moderadas ou grandes produções americanas.
Género: Acção / Fantasia / Ficção Científica.
Fotografia: Côr.
País: Itália / França.
Duração: 96 minutos.
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=Sy-OJxtVu8M
Classificação: 7/10.
Reviewer: @ Nuno Traumas.
Massacrado pela crítica especializada quando estreou, tal como todos os "rip offs" italianos da altura, "2019" não pretende ser inovador nem ganhar prémios, mas apenas presentear os fãs deste género de cinema com uma obra extravagante repleta de charme do série-B,
que apesar da qualidade duvidosa e da falta de meios, conseguiu abrir portas à imaginação algo excêntrica e bizarra com a sua criatividade nas situações e sequências apresentadas e ironicamente, acabou por inspirar mais tarde diversos filmes do cinema legítimo como "Children of Men" ('06).
A única diferença entre Sergio Martino e um Quentin Tarantino da actualidade, é que Sergio se inspirou, homenageou e até mesmo copiou obras de culto, mas mesmo com os míseros orçamentos envolvidos,
contando com actores de série-Z e os dias de rodagem contados, conseguiu com a força de vontade criar e estabelecer as suas obras como fenómeno de culto e hoje em dia revistas com saudade, ao passo que um Quentin copia, homenageia e inspira-se,
mas rodeado de estrelas de renome, orçamentos gigantescos e dias infinitos de rodagem consoante o tempo necessário a transpor para a tela a sua "visão".
Recomendado somente a fãs de filmes "trash", pois apreciadores do cinema legítimo muito dificilmente se conseguirão ligar com esta obra.
A classificação final dada para este filme é pelo esforço "D.I.Y." de todos os envolvidos na produção do mesmo, não sendo equiparado ou usado como termo comparativo às moderadas ou grandes produções americanas.
Género: Acção / Fantasia / Ficção Científica.
Fotografia: Côr.
País: Itália / França.
Duração: 96 minutos.
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=Sy-OJxtVu8M
Classificação: 7/10.
Reviewer: @ Nuno Traumas.
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