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segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Earthquake (1974)

"Terramoto" de Mark Robson com Charlton Heston, Ava Gardner, George Kennedy, Lorne Greene, Geneviève Bujold, Richard Roundtree, Marjoe Gortner, Barry Sullivan, Lloyd Nolan, Victoria Principal, Monica Lewis, Gabriel Dell, Pedro Armendáriz Jr. & Walter Matthau.

Stewart Graff (Charlton Heston) é um engenheiro da construção civil na solarenga L.A. que trabalha para o sogro, Sam Royce (Lorne Greene). Casado com a alcoólica Remy (Ava Gardner), Graff mantém um relacionamento amoroso com Denise Marshall (Geneviève Bujold), viúva de um colega seu e a sua esposa tenta persuadir o pai a torná-lo chefe da empresa para assim o impedir de ver a amante. Ao mesmo tempo, o rude polícia Lew Slade (George Kennedy) é afastado da Força por conduta violenta e pondera deixar o serviço, estando de olho na bela Rosa (Victoria Principal), a assistente do temerário motociclista Miles Quade (Richard Roundtree), que é alvo da cobiça do louco pervertido Jody (Marjoe Gortner), um soldado actualmente a trabalhar como chefe de mercearia. As vidas destas pessoas tão diferentes irão, tragicamente, cruzar-se quando um gigantesco terremoto abala L.A. reduzindo a cidade a ruínas e escombros...



Filme-Catástrofe estreado no mesmo ano de outro clássico do sub-género "The Towering Inferno", "Earthquake" é uma superprodução da Universal Pictures e que apesar do orçamento mais baixo em relação ao directo rival que foi produzido pela união dos 2 poderosos Estúdios Warner Bros. e 20th Century Fox, 



é um emocionante filme de entretenimento repleto de suspense, contendo excelentes efeitos especiais para a altura e um inovador sistema de som conhecido pelo "Sensurround" oferecendo às audiências a experiência simulada de viverem um verdadeiro terramoto aquando a sua estreia em cinema. 




O guião de George Fox em parceria com o conceituado Mario Puzo (autor da trilogia "The Godfather" de '72 a '90 e argumentista de "Superman - The Movie" de '78) incide demasiado na fórmula "soap-opera" melodramática até ao II Acto, 



estabelecendo em ritmo lento os personagens, com o espectador a seguir o dia de cada um até à hora do gigantesco terramoto que varre toda a cidade. 






Aí, "Earthquake" mete prego a fundo e presenteia o espectador com colossais sequências de destruição e que apesar de recorrer por vezes ao uso de miniaturas, que aparentemente foram consideradas "fora de prazo" desde o aparecimento do malfadado C.G.I., 


o visual do filme aliado aos fantásticos efeitos de fotografia e ao design dos cenários de uma Los Angeles devastada, torna toda a experiência credível numa magnitude épica de aniquilamento que prende o espectador por completo ao ecrã cerca de 40 anos depois da sua estreia. 



Charlton Heston como Stewart Graff


Charlton Heston assume a protagonização na pele de um heróico personagem com uma vida pessoal atribulada, papel que o veterano actor dominava na perfeição. 





Ava Gardner como Remy Graff & Lorne Greene como Sam Royce




Ava Gardner oferece-nos uma performance que vai ao exagero completo, perdendo-se pelo meio com uma actuação algo duvidosa para o calibre que nos habituou. Apesar de ser somente 7 anos mais nova, interpreta aqui a filha de Lorne Greene.




Geneviève Bujold como Denise Marshall


Geneviève Bujold só tem que parecer querida e frágil de início, para se tornar numa mãe batalhadora pela sobrevivência do filho pequeno inconsciente após a catástrofe. 





Sal (Gabriel Dell), Rosa (Victoria Principal) & Miles (Richard Roundtree)

Richard Roundtree interpreta um "Shaft" sobre duas rodas, numa óbvia tentativa dos produtores capitalizarem sobre o sucesso do seu personagem mais famoso e a belíssima e voluptuosa Victoria Principal (a futura estrela de uma das soap-operas com maior fenómeno de longevidade de sempre, "Dallas" no ar de '78 a '91) injecta a sensualidade na obra especialmente pela sua justa t-shirt amarela. 



George Kennedy como Lew Slade


Lorne Greene e George Kennedy oferecem as melhores interpretações do filme, respectivamente como o dono da empresa que segue à risca o código de honra "o capitão é o último a abandonar o navio" e do polícia mal-humorado, mas de bom coração que não segue as regras para desempenhar um melhor serviço ao cidadão. 



Cameo de Walter Matthau como o bêbado


Walter Matthau tem um pequeno cameo como o bêbado do bar, tendo sido creditado pelo nome verdadeiro de Walter Matuschanskayasky.








Em suma, "Earthquake" é um puro espectáculo visual repleto de sequências bem coreografadas com um intensivo uso de duplos, tendo se tornado num sucesso de bilheteiras e o 4ª filme mais rentável de '74 (com "The Towering Inferno" a alcançar o 1º lugar).







Foi nomeado para 5 Oscares da Academia tendo vencido nas categorias de Melhor Som e Melhores Efeitos Visuais. A destacar ainda a emblemática trilha sonora do Mestre John Williams, vindo de outros filmes-catástrofe como "The Poseidon Adventure" ('72) e do já citado "The Towering Inferno". 





A sequela, querendo trazer de volta grande parte do elenco sobrevivente deste filme como George Kennedy, Richard Roundtree, Victoria Principal ou Gabriel Dell, foi proposta ao Estúdio mas acabou nunca sendo concretizada. Recomendado a fãs de filmes-catástrofe épicos dos anos 70 !!


Género: Acção / Thriller / Drama. 

Fotografia: Côr.

País: E.U.A.

Duração: 123 minutos.


Classificação: 8.5/10.

Reviewer: @Nuno Traumas.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Zapped! (1982)

"Zás! Tudo ao Léu" de Robert J.Rosenthal com Scott Baio, Willie Aames, Robert Mandan, Sue Ane Langdon, Felice Schachter, Scatman Crothers, Roger Bowen, Marya Small, Greg Bradford, Eddie Deezen & Heather Thomas.

Barney Springboro (Scott Baio) é um marrão do liceu que trabalha no laboratório numa experiência com hamsters, mas algo corre mal e depois de uma explosão o jovem ao despertar descobre que adquiriu poderes telecinéticos. O seu melhor amigo Peyton Nichols (Willie Aames), o fotografo sedutor do jornal da escola, resolve usar os poderes do amigo para ganharem dinheiro o que vai contra os conselhos de Bernadette (Felice Schachter), que admira o intelecto de Barney e se começa a interessar por ele. Ao mesmo tempo, Peyton tenta conquistar a bela e voluptuosa chefe da claque Jane Mitchell (Heather Thomas) que namora um universitário, recorrendo aos serviços do amigo para o ajudar, dando azo a um lote de situações divertidas que irão mudar para sempre a rotina do pacato liceu...




Barney Springboro (Scott Baio)

Comédia sexual para adolescentes, escrita e dirigida por Robert J.Rosenthal ("Malibu Beach" de '78), estreada no mesmo ano que o maior ícone do sub-género: "Porky's", 








"Zapped!" é também um ligeiro conto de fantasia e ficção científica que parodia o clássico de horror escrito por Stephen King, "Carrie" ('76) ou outros filmes de culto do sobrenatural como "The Fury" ('78) e ainda o supremo "The Exorcist" ('73). 





Peyton Nichols (Willie Aames)

Protagonizado pelas ex-crianças actores, aqui já adolescentes, Scott Baio (que se estreou em "Bugsy Malone" dirigido por Alan Parker em '76) e Willie Aames (da sitcom "Eight is Enough" no ar de '77 a '81) e que mais tarde se juntariam novamente na série "Charles in Charge" (de '84 a '90) 





e com a participação da bela e voluptuosa Heather Thomas, um dos maiores ícones de sensualidade dos anos 80, "Zapped!" é um filme que segue a fórmula à risca das imensas teen comedies que inundaram a década mais extrovertida, espirituosa e atrevida para o cinema juvenil, com o marrão anti-social da escola a adquirir uma habilidade extraordinária que o leva a ser popular, arranjar uma namorada e se vingar de quem o rebaixou. 




Jane (Heather Thomas)

Para uma comédia sexual, o filme é bastante contido no ambiente criado e sobretudo na linguagem utilizada, só descambando no clímax recheado de parcial nudez gratuita que o eleva a um estatuto próximo do concorrente "Porky's". 








Bernadette (Felice Schachter)

Se editado de maneira diferente, "Zapped!" poderia se tornar num filme familiar mais sentimentalão num tom parecido ao de "Real Genious" ('85), mas a ânsia dos produtores de o tornarem num "teensploitation" para explorarem o filão de um sub-género que começava a ganhar terreno desde o final dos 70's, 





levou-os a incluírem soberbos e descarados close-ups de suculentos peitos de "actrizes" saídas da Penthouse, com excepção de Heather Thomas, entretanto contratada para a série "Fall Guy" (no ar de '81 a '86) com Lee Majors, que recusou as cenas de nudez, sendo substituída por uma dupla.






O guião mais não é que um conjunto de sketches sobre as situações caricatas criadas pelo novo poder de Scott Baio de mover objectos ou de desapertar os botões dos tops das suas colegas. 






Jones (Scatman Crothers) & Mrs.Jones (LaWanda Page)

O veterano músico tornado actor, Scatman Crothers ("Shining" de '80) na pele de Dexter Jones, o treinador da equipa de baseball do liceu, ajuda o conjunto com alguns diálogos bem entregues e divertidos.









Em suma, "Zapped!" mesmo não sendo um dos melhores filmes do sub-género e tendo alguns momentos bastante duvidosos pelo meio (os efeitos especiais são péssimos e as sequências em modo de sonho dos personagens são no mínimo um embaraço de encenação) 





é um filme estranhamente apelativo, que dá vontade de rever numa daquelas sessões pela noite dentro quando não se tem vontade de pensar muito. 








Recomendado para fãs das sagas "Lemon Popsicle" (iniciada em '78), "Porky's" (de '82 a '85), "Revenge of the Nerds" ('84 a '87) ou "Weird Science" ('85), embora seja inferior em qualidade aos citados.







Género: Comédia / Ficção Científica / Fantasia / Família. 

Fotografia: Côr.

País: E.U.A.

Duração: 98 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=f-lLsewsAuk

Classificação: 6.5/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Quick Change (1990)

"Um Assalto Genial" de Howard Franklin & Bill Murray com Bill Murray, Geena Davis, Randy Quaid, Jason Robards, Bob Elliott, Richard Joseph Paul, Jamey Sheridan, Phil Hartman, Tony Shalhoub, Stanley Tucci, Victor Argo, Philip Bosco, Gary Klar & Kurtwood Smith.

Grimm (Bill Murray) é um nova-iorquino desiludido com a vida na cidade que um dia, disfarçado de palhaço, resolve assaltar um banco. Através de um brilhante plano em que os seus cúmplices, o melhor amigo Loomis (Randy Quaid) e a sua namorada Phyllis (Geena Davis), que secretamente espera um bebé de Grimm, actuam dentro do banco como reféns, o trio acaba por iludir a polícia liderada pelo veterano Chefe Rotzinger (Jason Robards) e escapam com um milhão de dólares, mas o percurso de fuga até ao aeroporto tornar-se-à bastante acidentado, envolvendo o grupo em diversas peripécias...







Grimm (Bill Murray)

Hilariante comédia de Howard Franklin (guionista de "Romancing the Stone" de '84 ou "The Name of the Rose" de '86), co-dirigida e protagonizada pelo impagável Bill Murray, segundo um guião dos mesmos que adaptaram livremente o livro de Jay Cronley (embora o mesmo já tivesse sido adaptado 5 antes na produção franco-canadiana "Hold-Up" protagonizado por Jean-Paul Belmondo e Kim Cattrall), 





Guarda do Banco (Bob Elliott)

"Quick Change" junta um divertido elenco de "character actors" secundários que apoiam, eficazmente, o elenco principal num rol de situações caricatas, criadas e encenadas com a inspiração da comédia atroz como se sketches saídos de um "Saturday Night Live" se tratassem. 






Todo o engenhoso plano do assalto ao banco durante o I Acto é genial, mas a verdadeira loucura começa quando o trio se perde pelos bairros degradados em busca da auto-estrada que os leve ao aeroporto, dando início a um fim de tarde infernal que se prolongará pela noite dentro em que tudo acontecerá aos infortunados assaltantes de bancos, 



Phyllis (Geena Davis)

desde serem roubados pelo ladrão mais estúpido do mundo (Jamey Sheridan) que lhes leva tudo, menos o milhão que eles roubaram do banco; um ex-hippie de Woodstock tornado Charles Bronson de arma em punho por pensar que lhe invadiram o apartamento (cameo do comediante Phil Hartman, ex-colega de Bill Murray em "Saturday Night Live"); 





Cab Driver (Tony Shalhoub)


um taxista que não percebe uma palavra de inglês (Tony Shalhoub, em início de carreira, numa pequena participação que leva o espectador às lágrimas de tanto rir) 







Johnny (Stanley Tucci) & Skelton (Victor Argo)

e um grupo de escroques mafiosos (Stanley Tucci e Victor Argo em performances que dominam como ninguém) com quem, acidentalmente, o trio se depara e que a lábia de Bill Murray não só acaba por os safar, como ainda o leva a extorquir dinheiro da própria organização criminosa. 










Chefe Rotzinger (Jason Robards)

O veterano Jason Robards está muito bem como o irascível polícia à beira da reforma, oferecendo a performance séria necessária para contrabalançar com a paródia do conjunto. 







Loomis (Randy Quaid)

O humor muito peculiar de Bill Murray tem aqui um dos seus melhores momentos da sua carreira, muito bem co-adjuvado pelo para sempre subestimado Randy Quaid, que apesar de levar o seu desempenho ao completo exagero como o neurótico Loomis, consegue manter-se dentro do tom da obra, acabando por nos proporcionar dos momentos mais divertidos do filme. 




Geena Davis, que recebeu o Oscar de Melhor Actriz Secundária por "The Accidental Tourist" ('88) uns meses antes de começar a filmar "Quick Change", é a parceira no plano e no amor de Grimm, que esconde o segredo da gravidez até ao fim.





Para o espectador cinéfilo a não perder o tributo ao clássico de Elia Kazan "A Streetcar Named Desire" ('51) na chegada do trio ao aeroporto e uma estranha sequência envolvendo um ajuste de contas, supostamente entre luso-americanos, com um fado de Amália Rodrigues como pano de fundo.





Em suma, "Quick Change" foi uma grande estreia na realização para o guionista Howard Franklin e a estrela Bill Murray (o único filme que o conhecido actor dirigiu até ao momento) entregando-nos um filme genuinamente divertido com um ritmo frenético de piada ao minuto que não nos oferece descanso até aos créditos finais. 





Mesmo não tendo sido um sucesso comercial e mantendo-se como um filme pouco referenciado na carreira do actor comediante, "Quick Change" oferece-nos um dos melhores desempenhos de sempre de Bill Murray a que os fãs não podem deixar de lado. Recomendado!!




Género: Comédia / Crime. 

Fotografia: Côr.

País: E.U.A.

Duração: 89 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=TI3QdBEs82M

Classificação: 8/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.

D.O.A. (1988)

"Morto à Chegada" de Annabel Jankel & Rocky Morton com Dennis Quaid, Meg Ryan, Daniel Stern, Jane Kaczmarek, Christopher Neame, Robin Johnson, Robert Knepper, Jay Patterson, Brion James, Jack Kehoe, Elizabeth Arlen, John Hawkes & Charlotte Rampling.

Dexter Cornell (Dennis Quaid) é um professor de literatura inglesa numa Universidade do Texas, ex-escritor de sucesso que desistiu de publicar, estando à beira do divórcio da sua esposa Gail (Jane Kaczmarek). Um dos seus alunos, Nicholas Lang (Robert Knepper) aborda-o sobre um romance que escreveu, esperando ansioso pela opinião pessoal do seu ídolo, mas durante a mesma tarde o estudante morre, aparentemente por suicídio. Seguindo o conselho do seu colega professor Hal (Daniel Stern), Dex saí à noite para relaxar acabando por se envolver com Sydney Fuller (Meg Ryan), uma das suas alunas e quando acorda no dia seguinte, com fortes dores de estômago e cheio de tonturas, pensa ter algo mais do que uma simples ressaca e após efectuar exames hospitalares, informam-no de que foi envenenado e tem somente mais 48 horas de vida. Desesperado, recorre à sua ex-mulher mas acaba por testemunhar o assassinato da mesma por um homem encapuçado, tornando-se o principal suspeito da polícia. Sozinho, desamparado e com a saúde a deteriorar-se a cada hora que passa, só lhe resta procurar a jovem Sydney para ambos reconstituírem passo a passo a noite anterior, na ânsia de descobrir uma pista de quem o assassinou...



Dennis Quaid é o Professor Dexter Cornell

Adaptação livre do clássico film noir homónimo de '50 com Edmond O'Brien, segundo um guião de Charles Edward Pogue e a estreia na realização do casal Annabel Jankel & Rocky Morton ("Super Mario Bros." de '93) que junta novamente o também casal Dennis Quaid e Meg Ryan depois de "Innerspace" do ano anterior, 



Meg Ryan é Sydney Fuller

"D.O.A." é um thriller de mistério e crime dando um clima neo noir ao ambiente sofisticado dos anos 80, em que este filme se move.









Se visualmente o filme é elegante e refinado, a encenação do mesmo deixa imenso a desejar, com os realizadores a incidirem demasiado no estilo videoclip e numa banda sonora inapropriada para o ambiente negro que pretendem criar. 





O trabalho de câmara pretende ser inventivo e dinâmico, mas acaba por ser mais provocador e pedante do que necessário para as sequências em questão. 








Contudo, a cinematografia é interessante intercalando o preto e branco com a côr, simulando o estado físico e psicológico do protagonista a deteriorar-se com o veneno no organismo. 








Cookie Fitzwaring (Robin Johnson)

O guião é inverosímil q.b., com diversas pequenas histórias (que não vão a lado nenhum) a decorrerem ao mesmo tempo e reviravoltas demasiado rebuscadas que só contribuem para a incongruência do mesmo, provocando o desinteresse no espectador. 





O clímax é completamente anti-climático e ridículo mesmo aplicando a suspensão da descrença, quase ofendendo quem depositou esperança pelo visual requintado da obra. 








Dennis Quaid assume a protagonização, carregando o filme nos ombros com um look suado e virado do avesso, demasiado idêntico a Mickey Rourke no excelente thriller neo-noir "Angel Heart" ('87) e com a aquisição de Charlotte Rampling e certos artifícios da trama a soarem a algo idênticos, poderá ter sido o clássico de Alan Parker a reinventar um sub-género e inspirar este parcial remake. 




Meg Ryan, aparenta ter-se juntado à produção por imposição ou fidelidade aos projectos do marido, pois além de nos entregar uma das suas piores performances de sempre, a sua personagem não tem interesse relevante nenhum ao enredo ficando, inclusive, bastante aquém de uma participação memorável, excepto pela beleza doce e o corpo em forma da actriz no seu auge. 



Daniel Stern é Hal Petersham

O grande elenco secundário composto pela sempre misteriosa e deslumbrante Charlotte Rampling, Daniel Stern ("Diner" de '82) ou Brion James ("48 Hrs." de '82) é completamente desperdiçado pelo pouco uso dado aos seus personagens.






Charlotte Rampling é Mrs.Fitzwaring

Em suma, "D.O.A." é a prova viva que um visual apelativo não faz um filme, se o mesmo carecer de tudo o resto. 












O enredo embora queira parecer profundo, na realidade é um apanhado de diversas situações já vistas, umas compiladas do filme original, outras retiradas de outros film noir da altura e outras acrescentadas pelo guionista, editadas em montagem rápida, 




Jane Kaczmarek é Gail Cornell

atirando com especulações, acusações, soluções em que o espectador ainda não se recuperou de uma reviravolta gratuita, já está imerso noutra, 








e o resultado final acaba por ser tão banal que a própria personagem de Dennis Quaid, quando confrontado pelas motivações que levarem o assassino a cometer os crimes, o comenta através de uma célebre frase que resume na íntegra a trapalhada que foi o argumento deste "D.O.A."




Género: Crime / Thriller / Mistério.  

Fotografia: Preto e Branco / Côr.

País: E.U.A.

Duração: 96 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=3LuZZetkr7E

Classificação: 6.5/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.
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