A cidade de Argo situada no espaço interior de Krypton, sofre um abalo de energia quando a jovem Kara Zor-El (Helen Slater), prima de Kal-El, o Super-Homem perde acidentalmente o Omegahedron, a fonte de poder ilimitado que sustenta a cidade. Ao mesmo tempo que Zoltar (Peter O'Toole), o fundador da pacífica Argo é punido e enviado para a Zona Fantasma pelos Anciãos por ter permitido que Kara usasse tão importante objecto, a jovem embarca numa viagem fantástica através da galáxia em direcção à Terra para o recuperar e salvar a sua cidade-natal. Ganhando os mesmos super-poderes que o primo e adoptando a identidade secreta da tímida e recatada estudante de um colégio interno Linda Lee, a Supermoça irá enfrentar a temível bruxa praticante de magia negra, Selena (Faye Dunaway) que ao apossar-se do Omegahedron, tenciona governar o Mundo...
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| Helen Slater como Kara Zor-El / Supergirl |
Quando adquiriram os direitos de autor para produzirem "Superman - The Movie", Alexander e Ilya Salkind asseguraram-se de incluir a prima do Homem-de-Aço, Supergirl no lote para caso a franchise fosse bem sucedida,
um futuro filme da super-heroína visse a luz do dia.
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| Kara com Zoltar na Cidade de Argo |
Inicialmente incluída no guião original de "Superman III" como forma de a apresentar na série, foi retirada juntamente com os vilões previstos quando Alexander Salkind optou por uma abordagem em tom de comédia de situação contratando Richard Pryor, que levou ao falhanço crítico e comercial da segunda sequela.
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| Identidade na Terra como Linda Lee |
Com as filmagens de "Supergirl" prontas para arrancar, Christopher Reeve contratado para dar a credibilidade ao filme como parte da franchise, desiste à última hora devido a fartação com o personagem na senda do insucesso recente de "Superman III" e o medíocre guião de David Odell perde assim a a sua "Estrela do Norte".
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| Bianca (Brenda Vaccaro) & Selena (Faye Dunaway) |
Tal como as obras anteriores, os Salkind não olharam a meios financeiros para darem um visual maravilhoso ao filme, assim como a contratação de um elenco de peso: Faye Dunaway, Mia Farrow, Peter O'Toole, Brenda Vaccaro em contraste com as estreantes Helen Slater e Maureen Teefy e até a presença de Marc McClure como Jimmy Olsen para ligar "Supergirl" ao universo de "Superman",
mas mais uma vez provaram, e desta vez a título definitivo, não saberem lidar com o material e não possuírem o entendimento necessário sobre a história e o seu personagem.
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Odell, argumentista do clássico de Jim Henson, "The Dark Crystal" ('82) foi o convocado para dar vida à origem da Supergirl no grande ecrã, mas a sua história repleta de situações inverosímeis;
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| Kara & Ethan (Hart Bochner) |
enormes buracos de continuidade com os anteriores filmes da saga e sobretudo o tratamento juvenil sentimentalão que abraça o piroso, estabelecendo o estado de espírito do filme (culpa do realizador Jeannot Szwarc aqui) faz o espectador interrogar-se que género de película os Salkind pensariam obter dali, pois em nada segue o tom dado aos "Superman" de Reeve.
Helen Slater é uma delírio para os olhos e faz o que pode com a direcção dada ao seu personagem, mas a sua castidade e inocência exagerada talvez resultassem num filme da Disney ao estilo de "Branca de Neve e os Sete Anões", como "Supergirl" o seu desempenho torna-se um tédio e quase um embaraço de se acompanhar;
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| Peter O'Toole como Zoltar |
Peter O'Toole aparenta estar ébrio nas duas sequências em que aparece, sendo mais notável nas cenas da "Zona Fantasma";
Hart Bochner é terrível e não que o seu personagem fosse escrito melhor no papel, mas a péssima performance do actor, ultrapassa isso;
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| Nigel (Peter Cook) |
Peter Cook e Brenda Vaccaro são divertidos o suficiente para prender na parte mais espirituosa do filme e finalmente, Faye Dunaway salva a mediocridade do conjunto com um inspirado desempenho, embora caricatural e exagerado q.b., como a bruxa Selena.
Os efeitos especiais são de valor e ligeiramente melhores do que "Superman III"; a cinematografia de Alan Hume e a trilha sonora do grande Jerry Goldsmith são memoráveis e a mais-valia de um filme repleto de falhas.
Em suma, "Supergirl" se fosse feita sobre outra personagem e fora da franchise de "Superman", daria uma aceitável obra enternecedora de fantasia para toda a família como "The Princess Bride" ('87) ou "Willow" ('88),
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| Alura (Mia Farrow) & Zor-El (Simon Ward) |
mas dentro da saga que os Salkind quiseram de modo tão ganancioso ligar, sai completamente "fora" e deixa diversas questões em aberto mesmo para os fãs pouco conhecedores da Supergirl da banda desenhada.
O filme acabou por ser um fracasso maior que "Superman III" o que levou os Salkind a leiloar os direitos dos super-heróis em praça pública, acabando sendo adquiridos pela infame Cannon Group,
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o que deu origem à quarta aventura de "Superman" estreada em '87 e rodada a menos de metade do orçamento dos filmes anteriores. A título de curiosidade existem pelo menos 5 versões diferentes do filme, contendo cenas a mais ou a menos consoante a versão, mas nenhuma delas consegue salvar "Supergirl" de um destino pior que o dado a Krypton no filme original...
Género: Fantasia / Aventura / Ficção Científica / Família.
Fotografia: Côr.
País: Inglaterra / E.U.A.
Duração: 124 minutos.
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=79urQ-bkYvA
Classificação: 6.5/10.
Reviewer: @ Nuno Traumas.
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