Algures no futuro, o génio de electrónica Frank Warren (Rutger Hauer) é seduzido pela bela Noelle (Joan Chen) e convencido pelo seu melhor amigo Sam (James Remar) a participar num roubo de diamantes. Apesar do assalto bem sucedido, Frank é traído pelos comparsas sendo sentenciado a 12 anos de prisão em Camp Holliday, uma prisão unisexo experimental dirigida pelo Director Holliday (Stephen Tobolowsky), em que a cada convicto é-lhe colocado um colar em volta do pescoço ligado a outro prisioneiro anónimo e caso ultrapassem a distância de 200 metros um do outro, o mesmo explode. Tracey Rigg (Mimi Rogers), uma condenada descobre ser Frank o seu parceiro e incita-o a fugirem, tendo que se manter à distância permitida. Ao mesmo tempo, o Director Holliday tem um pacto com os ex-comparsas de Frank que pretendem recuperar o saque do roubo que este escondeu antes de ser traído. Conseguirá Frank chegar aos diamantes antes de perder a cabeça?
Broderick Miller assina um guião inspirado em "The Running Man" ('87) com Arnold Schwarzenegger e "Johnny Handsome" ('89) de Walter Hill com Mickey Rourke, entrando o tarefeiro Lewis Teague para a realização deste filme originalmente produzido para a televisão por cabo.
A história que parte de uma boa premise ("Fortress" de '92 soube agarrar com melhor afinco), acaba por se perder pela falta de uma execução sólida de direcção e um II Acto que se arrasta demasiado entrando numa letargia algo repetitiva, culminando num final previsível.
Toda a sequência inicial do assalto aos diamantes é enérgica e bem encenada, estabelecendo um empolgante "mood" para o filme que nunca se chega a concretizar, ficando sempre a meio-gás.
Rutger Hauer como Frank Warren |
A prisão de alta segurança que deveria ser o tema central do filme, é renegada para segundo plano cumprindo apenas o lugar de artifício do enredo, tendo pouco mais de meia hora de tempo em cena, e depois da fuga dos dois protagonistas o estigma dos colares e da distância permitida é-nos mostrada até à exaustão.
Mimi Rogers como Tracey Rigg |
O prólogo do filme indica-nos ser situado "algures no futuro", embora nada do que nos é mostrado seja indicativo disso com toda a acção, guarda-roupa, penteados e cenários serem característicos da altura em que foi produzido.
No capítulo das performances, Rutger Hauer joga contra o seu habitual personagem duro e imponente, na pele do sensível génio de electrónica que é traído pela mulher que amava e o seu melhor amigo, embora seja visível ao longo do filme não se levar muito a sério no desempenho;
Stephen Tobolowsky como Director Holliday |
Mimi Rogers foi má escolha de casting para o seu personagem e a química com Hauer é quase zero; Stephen Tobolowsky repete o vilão nerd de "Bird on a Wire" do ano anterior; o intimidante Basil Wallace é sempre efectivo como o execrável de serviço
Noelle (Joan Chen) & Sam (James Remar) |
e finalmente, Joan Chen e James Remar roubam o filme como o excêntrico e odioso duo de gananciosos bandidos.
Em suma, "Wedlock" (que recebeu o título "Deadlock" em certos mercados) é, acima de tudo, uma boa ideia mal explorada que com um certo polimento no argumento,
especialmente a partir do meio do filme e uma realização menos inerte e mais interventiva, daria uma outra dinâmica a uma obra que poderia ter sido muito mais interessante do que o resultado do produto final.
O facto de ter sido filmado exclusivamente para a televisão em full screen, não abona a favor do visual e os sets e gadgets são limitados devido ao parco orçamento.
Contudo o elenco envolvido é cativante o suficiente para tornar "Wedlock" uma experiência a ver pelo menos uma vez, recomendado para uma sessão madrugada a dentro, quando não se tem aquela vontade de pensar muito...
Género: Acção / Crime / Thriller.
Fotografia: Côr.
País: E.U.A.
Duração: 101 minutos.
Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=HsdI3UBRJrM
Classificação: 6/10.
Reviewer: @ Nuno Traumas.
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