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segunda-feira, 29 de abril de 2013

Powder (1995)

"Poder Especial" de Victor Salva com Sean Patrick Flanery, Mary Steenburgen, Lance Henriksen, Brandon Smith, Bradford Tatum, Susan Tyrrell, Missy Crider, Ray Wise & Jeff Goldblum.

Quando o xerife Barnum (Lance Henriksen) acorre à casa rural de um velho residente que morreu de causas naturais descobre o seu neto adolescente que vive na cave. Jeremy Reed (Sean Patrick Flanery) nasceu albino e sem pêlos e é detentor de habilidades especiais sendo capaz de condensar a energia e de mover objectos através da mesma, bem como a capacidade de sentir a emoção de qualquer ser humano por dentro e transmiti-lo por palavras. Apesar do q.i. bastante acima do nível de génio, Jeremy (de alcunha "Powder" devido ao seu aspecto) é inadaptado ao mundo exterior e os que o rodeiam começam a temê-lo, abalando assim os pilares da comunidade. Conta apenas como amigos, a Dra. Jessie Caldwell (Mary Steenburgen) que o leva para o seu orfanato e o matemático Donald Ripley (Jeff Goldblum) que fica fascinado com os poderes e a beleza interior de "Powder", mas estará este inocente ser preparado para a crueldade do mundo em que vivemos?



Sean Patrick Flanery como Jeremy "Powder" Reed

Dirigido pelo polémico realizador Victor Salva (ex-condenado por pedofilia e futuro director de "Jeepers Creepers" de '01) "Powder" é uma história de amor impossível na adaptação de um ser humano de aparência estranha repleto de amor e compaixão que nos poderia salvar a todos, mas demasiado ingénuo e inocente para co-habitar com a insensibilidade e calculismo das pessoas no mundo em que vivemos. 





Detentor de poderes especiais que aliado ao seu exterior "vampiresco" é temido e odiado por ser diferente, acabando por ser crucificado pelo seu semelhante que prefere agredir e condenar do que tentar compreender. 






Sean Patrick Flanery (que interpretou o jovem Indiana Jones na série de TV estreada em '92) é simplesmente genial no complexo papel de Jeremy Reed, mostrando-nos o seu lado frágil, inocente, terno e inadaptado, com cada olhar, gesto ou até mesmo na sua peculiar maneira de caminhar desajeitada invocando um Charlie Chaplin é executada na perfeição pelo jovem actor sem nunca sair fora do personagem. 





Como Flanery não foi reconhecido por este seu desempenho não sendo nomeado para qualquer prémio (tirando o ridículo MTV Movie Award para o Melhor Debutante) depois das boas críticas, permanece um mistério 






porque apesar do boicote que "Powder" teve nas bilheteiras devido ao jovem molestado pelo realizador Victor Salva anos antes, se ter manifestado publicamente contra o filme, a estelar performance de Flanery não deveria ter sido penalizada por isso. 





"Powder" acabou por sofrer imenso com a publicidade negativa e condenado ao esquecimento rápido, mesmo figurando em várias listas como um dos melhores filmes de '95.








Ao lado de Flanery brilham Mary Steenburgen ("Back to the Future - part III" de '90 ou "Philadelphia" de '93), Jeff Goldblum ("The Fly" de '86 ou "Jurassic Park" de '93) e especialmente, Lance Henriksen (o icónico andróide Bishop de "Aliens" de '86) em grandes papéis secundários. 





Destaque para o departamento de guarda-roupa e maquilhagem que criou a inesquecível e simpática figura do nosso protagonista.








"Powder" é um filme terno, inesquecível e arrebatador aliando o melodrama ao filme de fantasia, lembrando o clássico "Edward Scissorhands" dirigido por Tim Burton em '90 também sobre alguém diferente vindo do seu próprio mundo, trazido para a nossa realidade que não compreende, nem se adapta. 












"Powder" leva-nos também atrás no tempo, lembrando a nossa infância quando tínhamos a nossa própria noção do mundo que nos rodeava e como crianças inocentes sonhávamos acordados de como tudo era perfeito, as pessoas realmente boas e o que faríamos quando fossemos adultos e qual seria o nosso papel em ajudarmos os nossos semelhantes e tornar o mundo ainda melhor.






Até que crescemos, enfrentamos a dura realidade das coisas e ao perdermos essa inocência, deixamos simplesmente de acreditar, 













sendo "Powder" metaforicamente uma chama ténue, mas ainda acesa de esperança para a humanidade. Condenações e comportamentos desviantes à parte, Victor Salva, que também assinou o argumento, entrega-nos um grande filme que tanto tem de negro e depressivo como de belo e cativante.





Recomendado para toda a família é um filme que tão depressa não se esquece e um dos mais memoráveis dentro do género.







Género: Drama / Fantasia / Mistério / Família.

Fotografia: Côr.

País: E.U.A.

Duração: 111 minutos.

Trailer: (brevemente).

Classificação: 8.5/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.

Running on Empty (1988)

"Fuga Sem Fim" de Sidney Lumet com Judd Hirsch, Christine Lahti, River Phoenix, Martha Plimpton, Jonas Abry, Ed Crowley, L.M.Kit Carson, David Margulies, Augusta Dabney & Steven Hill.

O casal Arthur (Judd Hirsch) e Annie Pope (Christine Lahti), ex-radicais hippies estão em fuga desde 1971 quando explodiram com uma fábrica de napalm para ser usado na guerra do Vietname, ficando um zelador cego e paraplégico devido ao atentado. Actualmente com dois filhos, o adolescente Danny (River Phoenix) e o pequeno Harry (Jonas Abry), e com o F.B.I. demasiado perto mudam-se novamente para outra cidade, onde Danny com grande aptidão para o piano capta a atenção na sua nova escola do professor de música, Mr.Phillips (Ed Crowley). Ao mesmo tempo que se começa a aproximar de Lorna (Martha Plimpton), a rebelde filha do professor, Danny é confrontado com a hipótese de poder entrar com carta de recomendação na prestigiada Universidade Julliard para músicos sobredotados, mas sabe que se o fizer vai correr o risco de não voltar a ver os seus pais e irmão. Dividido entre o sonho e a paixão por Lorna, Danny terá de tomar uma decisão difícil e mesmo tendo Annie do lado dele, conseguirá convencer o teimoso e obstinado Arthur a deixá-lo ir?



Danny Pope (River Phoenix)






Sidney Lumet ("12 Angry Men" de '57 ou "Dog Day Afternoon" de '75), além de ter sido um grande realizador, foi dos melhores directores de actores que Hollywood teve. 








O aniversário de Annie Pope (Christine Lahti)





Os seus conhecimentos artistícos como encenador e o seu talento e habilidade de retirar de qualquer actor que dirigiu um desempenho notável, tornou-o num dos mestres do ramo, sendo reconhecido pelos seus feitos. "Running on Empty" não foge à regra. 









Lumet filma aqui um inteligente e emotivo argumento de Naomi Foner (a mãe dos então futuros actores, Maggie e Jake Gyllenhaall e nomeada para o Oscar de Melhor Argumento Original por este filme em '89) sobre a vida de uma família fugitiva, pagando com uma vida nómada em adultos pelos actos tresloucados que praticaram enquanto jovens no auge da era hippie, obrigando os seus filhos menores a acompanhá-los sem que os mesmos tenham algo a ver com o assunto. 





O filme é rodado como uma peça teatral, na sua maioria interiores, excepto algumas sequências ao ar livre como os passeios durante o "flirt" entre River e Martha, mas se mudassem a localização dos mesmos a acção em nada iria sofrer com isso.








Martha Plimpton como Lorna

Para alguns, "Running on Empty" pode ser demasiado melodramático e arrastado com um ritmo demasiado lento, para outros que apreciem uma boa história trágico-dramática apoiando-se nos grandes desempenhos de um bom conjunto de actores, é um filme que cumpre no seu objectivo. 








O malogrado River Phoenix, nomeado aqui para um Oscar de Melhor Actor Secundário aos 17 anos, entrega-nos uma performance inesquecível como o adolescente inadaptado e dividido entre o amor e apoio incondicional aos pais e o sonho de prosseguir a sua carreira de músico ao lado da jovem pela qual se apaixonou. Martha Plimpton, filha do actor Keith Carradine e sobrinha do malogrado David Carradine e namorada de River na vida real, volta a interpretar o seu interesse amoroso depois do excelente "The Mosquito Coast" ('86). 



Judd Hirsch como Arthur Pope

Judd Hirsch está muito bem como o teimoso Arthur, não se importando em passar o resto da vida a fugir desde que a família esteja unida, mas a cereja no topo do bolo está no desempenho de Christine Lahti como a sofrida Annie Pope que pretende se sacrificar entregando-se ao F.B.I. para que os filhos possam ter uma escolha e hipótese de uma vida normal. 






A emotiva cena em que Lahti se encontra com o pai, interpretado por Steven Hill, após 14 anos sem se verem é actuação no seu melhor. Esta fabulosa e subestimada actriz foi injustament  posta de lado nas nomeações aos Oscares, pois merecia tanto como o seu "filho" River.






Uma das poucas falhas do filme é o seu clímax demasiado abrupto com Arthur Pope a mudar de opinião de um momento para o outro, tornando assim o final um pouco gratuito, soando a não necessariamente um problema do argumento, mas sim como se o orçamento estivesse à beira do fim e o filme teria que acabar ali e daquela maneira.






Em suma, "Running on Empty" é um drama social que vale a pena ver, quanto mais não seja para fãs de River Phoenix apreciarem um dos melhores trabalhos do actor tragicamente falecido com apenas 23 anos de idade em '93.

Género: Drama / Romance.

Fotografia: Côr.

País: E.U.A.

Duração: 116 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=ZBM5kzLG6z8

Classificação: 8/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.

domingo, 28 de abril de 2013

Overboard (1987)

"Pela Borda Fora" de Garry Marshall com Goldie Hawn, Kurt Russell, Edward Herrmann, Katherine Helmond, Mike Hagerty, Jared Rushton, Jeffrey Wiseman, Brian Price, Jamie Wild, Hector Elizondo, Frank Campanella & Roddy McDowall.

A cruel multimilionária, Joanna Stayton (Goldie Hawn) contrata o carpinteiro Dean Proffitt (Kurt Russell) para construir um armário para sapatos no seu luxuoso iate. Quando Dean não atende aos seus caprichos de menina rica mimada, Joanna consegue livrar-se dele para fora do iate sem lhe pagar o trabalho. No dia seguinte, numa reviravolta do destino, também Joanna cai ao mar ficando temporariamente com amnésia num hospital local. O seu marido playboy Grant Stayton III (Edward Herrmann) vê assim uma oportunidade de se livrar dela e ruma no iate para outras paragens. Quando o ainda furioso Dean vê no noticiário a foto de Joanna pedindo informações, resolve se vingar fingindo ser o seu marido levando-a para a sua rústica casa exigindo-lhe que tome conta dos seus 4 inadaptados filhos. Se ao início, Joanna se sente como peixe fora de água vivendo uma vida simples que sente não ser a sua, aos poucos vai-se acostumando com a lida da casa e a vida em família com as crianças e Dean começa a apaixonar-se por ela.  Mas poderá ele lhe contar a verdade sem que Joanna os abandone?



Goldie Hawn como Joanna Stayton

Garry Marshall (o director de "Pretty Woman" de '90 ou "Frankie & Johnny" de '91) é um dos melhores realizadores de comédias românticas da era moderna, evocando os clássicos de um Frank Capra ou Billy Wilder adaptados à actualidade. 






Kurt Russell como Dean Proffitt



Dirigindo aqui Goldie Hawn e Kurt Russell, companheiros da vida real e pela segunda vez juntos no ecrã depois de "Swing Shift" ('84), 








"Overboard" é um divertido e extrovertido filme de comédia de situação e romance à mistura, partindo de um grande e enternecedor argumento de Leslie Dixon, feito à medida para o simpático casal.








É impossível não se gostar de Kurt Russell, sendo um dos actores mais cativantes e subestimados em Hollywood, cada desempenho seu eleva sempre a qualidade do filme que entra e sendo este "Overboard" um clássico "Kurt-movie" dos 80's com direito à sua personalidade machista dominante, de mullet e t-shirt de cavas suada, reminiscente de um Jack Burton ou Gabriel Cash em versão pai de família. 





A belíssima Goldie Hawn ilumina cada cena em que dá o ar da sua graça, passando da elegante, mas fria multimilionária sem respeito pelo próximo à leal dona de casa simples, aprendendo assim a dar valor a uma vida de trabalho da classe média-baixa, mundo que desconhecia até então.












Kurt like a boss

A química entre os dois actores é um dos pontos-altos de "Overboard" com cada cena ou diálogo que partilham indo do hilariante ao terno, da discussão ao beijo, da comédia ao drama, entregue no timing e tom certos por Kurt e Goldie. 









O elenco secundário é bastante competente com Roddy McDowall ("Planet of the Apes" de '68 ou "Fright Night" de '85), que também produziu o filme, na pele do fiel mordomo de bom-coração; Edward Herrmann ("The Lost Boys" de '87) como o lunático marido de Joanna e um leque de jovens actores, aqui nas suas estreias em cinema, como os filhos de Kurt destacando-se Jared Rushton que entraria em "Big" com Tom Hanks no ano a seguir. 




A título de curiosidade, o blusão de cabedal que Kurt veste no filme é o mesmo que usou como Snake Plissken no clássico de culto de John Carpenter "Escape from New York" ('81).




Kurt & Mike Hagerty





Não tendo sido apreciado pela crítica quando saiu e a modos que morno a nível de receitas de bilheteiras, "Overboard" encontrou o seu sucesso em vídeo e hoje em dia é visto como uma peça essencial de memorabilia dos fabulosos anos 80. 








Em suma, "Overboard" é uma obra repleta de charme que nos faz-nos rir e nos toca ao coração na linha das comédias de situação de outrora.











É sempre um deleite rever qualquer filme que conste nos créditos iniciais os nomes de Kurt Russell e Goldie Hawn, pois é sinónimo de boas actuações, carisma e absoluto divertimento garantido. Recomendado.

Género: Comédia / Romance.

Fotografia: Côr.

País: E.U.A.

Duração: 106 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=kf9uR-5BVbo

Classificação: 8/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.





Psycho IV - The Beginning (1990)

"Psico IV - O Início" de Mick Garris com Anthony Perkins, Henry Thomas, Olivia Hussey, CCH Pounder, Warren Frost, Donna Mitchell, Tom Schuster, Alice Hirson, Sharen Camille & John Landis.

Cerca de 4 anos depois dos eventos do terceiro filme, Norman Bates (Anthony Perkins) é novamente liberto do Hospital Psiquiátrico, aparentemente reabilitado pela segunda vez estando recém-casado e aos cuidados da sua esposa, Connie (Donna Mitchell), uma enfermeira interna que conheceu no Hospício. Uma locutora de rádio, Fran Ambrose (CCH Pounder) que dirige um "talk show" sobre matricídio com um médico especialista, Dr.Richmond (Warren Frost) recebe durante o programa uma chamada de Norman que usando o pseudónimo de "Ed" revela que apesar de curado sente o impulso de voltar a matar. Fran debruça-se então em saber mais sobre a história do seu ouvinte e somos levados em "flashback" à adolescência de Norman Bates e o que o levou a assassinar a própria mãe...




Depois da fraca aderência do público e crítica de "Psycho III" realizado pelo próprio Perkins, o Estúdio viu o filão em volta do "pai dos assassinos em série" Norman Bates chegar ao fim não apostando em mais nenhuma longa-metragem para cinema.








Anthony Perkins regressa como Norman Bates

Contudo, Perkins sabia que ainda faltava o derradeiro filme da franchise que se debruçasse sobre o passado de Norman antes dos eventos do clássico de Hitchcock e que corrigisse certas pontas-soltas dos filmes anteriores. 







Norman Bates - 5 anos

O argumentista do "Psycho" original Joe Stefano, que adaptou a novela de Robert Bloch, foi convocado para que com o seu cunho de especialista no assunto, escrevesse o último capítulo da saga mostrando-nos o porquê de Norman se ter tornado no que se tornou, algo que o espectador sabe apenas por sugestão de algumas pistas e atitudes do personagem mostradas nos três filmes anteriores. 





Norman Bates (Henry Thomas) - 15 anos

Com um orçamento muito mais reduzido e filmado directamente para formato televisivo, "Psycho IV - The Beginning" arrancou sendo o resultado final um misto de razoavelmente conseguido na parte de história, mas um pouco aquém na parte técnica e artística. 







Ao passo que os anteriores filmes de Alfred Hitchcock, Richard Franklin e Anthony Perkins tinham cada um uma visão muito própria e peculiar do estilo do seu realizador e um ambiente arrepiante e de paranóia aliado a uma cinematografia de grande qualidade, este quarto filme perde pela direcção algo tarefeira e pouco inspirada do realizador.






E isso não implica que o argumentista tornado director Mick Garris ("Sleepwalkers" de '92) seja um mau realizador, mas sim um especialista em séries de TV ou telefilmes habituado dessa maneira a trabalhar nesse formato e "Psycho IV" se comparado com os antecessores falta-lhe orçamento (os cenários do filme têm um visual demasiado barato) e uma cinematografia competente. 





Primeira vítima de Bates

O Motel e a velha casa Vitoriana dos Bates parecem aqui somente um cenário montado à pressa para o quarto filme e a reconstituição de época aquando em "flashback" regressamos à adolescência de Norman Bates, deixa muito a desejar com os actores vestindo roupas e penteados demasiado actuais (circa '90) e pouco nos fazem acreditar que estamos nos anos 50. 







Chet (Tom Schuster)

Outro grande problema de "Psycho IV" reside na montagem dos "flashbacks" demasiado fora de ordem tornando a obra confusa e sem uma estrutura de narrativa coerente. Muitas das cenas deviam ter sido revistas e editadas de modo diferente.









Incesto



Chegando à parte da história, Stefano constrói alguns pontos interessantes sobre a adolescência de Norman dando especial incidência aos abusos da parte da mãe, mas a escolha da sexy Olivia Hussey para o papel não foi muito feliz. 









Norma Bates (Olivia Hussey)
A actriz simplesmente não é a Norma Bates que o espectador vem imaginando desde que foi referenciada em "Psycho" de Hitchcock. A direcção de Garris também não ajudou muito, acentuado as curvas da deliciosa Olivia Hussey que supostamente era uma rígida e púdica dona de casa à antiga tal como Hitchcock nos sugeriu, tornando-se aqui numa ninfomaníaca devassa com a actriz a exagerar desse artifício em algumas cenas. 





Em contrapartida, Henry Thomas (o pequeno Elliot de "E.T." de '82) está muito bem como o adolescente Bates e Anthony Perkins mais uma vez domina na pele do personagem com o qual conviveu durante 30 anos. 






Fran Ambrose (CCH Pounder)



Até ao final do II Acto o filme arrasta-se demasiado com Perkins somente ao telefone com a locutora de rádio e por muito que os "flashbacks" nos tragam alguma emoção e surpresas 









(o primeiro homicídio de Bates; a sua má relação com o namorado violento da mãe; a causa que levou Norman a assassiná-la, num misto da repugna pelo que ela lhe fez sujeitar e o ciúme incestuoso) tudo o resto soa a um programa sensacionalista melodramático digno de um show de Oprah Winfrey.







Os últimos 15 minutos valem pelo resto do filme, quando Norman regressa à velha mansão e enfrentando pela última vez os seus medos, fobias e especialmente, a sua outra personalidade da mãe dominadora, consegue finalmente ver-se livre da sua cruz. 








A actuação de Anthony Perkins mantém-se genial, fazendo-nos sentir pena e simpatizar com o personagem e apesar de já debilitado (o actor viria a falecer cerca de 2 anos depois vítima de SIDA), fechou o ciclo da história da vida de Norman Bates de modo digno como se um presente aos fãs antes de deixar este mundo.









Género: Thriller / Mistério / Horror.

Fotografia: Côr.

País: E.U.A.

Duração: 96 minutos.

Trailer: http://www.youtube.com/watch?v=DbotJWP9zZc

Classificação: 6.5/10.

Reviewer: @ Nuno Traumas.
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